Ministério da Fazenda elege o maior culpado pela queda do PIB: o Banco Central

Segundo a Folha, o Ministério da Fazenda fez um estudo no qual calcula que o recente ciclo de alta dos juros foi responsável por um recuo de até um ponto percentual no PIB brasileiro; fatores externos e "seca" também entram na conta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Pouco antes da reunião de política monetária do Banco Central, o Ministério da Fazenda fez um estudo no qual calcula que o recente ciclo de alta dos juros foi responsável por um recuo de até um ponto percentual no PIB brasileiro, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo

A Fazenda olhou para seis fatores, internos e externos, e concluiu que a alta de juros foi a que mais reduziu o PIB. O estudo foi visto como um “recado” ao Banco Central; porém, a autoridade monetária sinaliza que vai manter os juros em 11% ao ano, uma vez que vê o nível atual como adequado para um cenário de alta dos juros nos EUA.

O questionamento de assessores presidenciais é de se o ciclo de alta dos juros não foi numa dose exagerada para combater uma inflação concentrada em alimentos, por causa da seca. O estudo da Fazenda também seria uma resposta a críticas de que a política econômica atual teria gerado inflação alta e PIB baixo; para os técnicos, o cálculo mostra a eficácia da política, segurando a atividade para combater a inflação.

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Dentre os outros fatores, os feriados da Copa “roubaram” cerca de 0,6 ponto percentual de desempenho, a decisão do Federal Reserve de retirar os estímulos, uma redução de 0,7 ponto percentual. A frustração com a economia mundial e a crise argentina tiveram impactos respectivos de 0,35 e 0,23 ponto percentual. Juntos, os fatores externos contribuíram com queda de 1 ponto percentual, por estarem relacionados.

Justificativas
Na última sexta-feira, após a divulgação do PIB do segundo trimestre,  o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a economia brasileira foi afetada pela menor quantidade de dias úteis na primeira metade do ano e vê recuperação no terceiro trimestre. Entretanto, ele admitiu que o Brasil não atingirá PIB (Produto Interno Bruto) de 1,8% este ano e haverá revisão em setembro. 

Em entrevista coletiva de imprensa, Mantega disse que o País não está em recessão técnica e que a menor quantidade de dias úteis teve impacto negativo de 0,2 a 0,3 ponto percentual no segundo trimestre. O PIB brasileiro do período recuou 0,6%, na comparação com o trimestre anterior, segundo dados divulgados hoje cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

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 Ele comentou ainda que o resultado do PIB ficou aquém das expectativas do governo, e voltou a culpar o cenário internacional também pelos resultados. Também citou “problemas localizados” no Brasil, como a seca, que acabou aumentando os custos no setor energético.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.