“Minha candidatura é para unir a direita”, diz Flávio Bolsonaro

Senador afirma que não concorre para proteger o pai, aposta em Tarcísio e vê vitória já no primeiro turno

Marina Verenicz

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza reunião para sabatinar indicados para o Superior Tribunal Militar (STM), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Em discurso, à bancada, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza reunião para sabatinar indicados para o Superior Tribunal Militar (STM), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Em discurso, à bancada, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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Flávio Bolsonaro afirmou que está decidido a disputar a Presidência da República em 2026 e que a entrada antecipada no jogo eleitoral foi uma escolha estratégica. Em entrevista à CBN, o senador disse que a candidatura busca criar um eixo claro de articulação no campo da direita, que até agora vinha operando sem um nome consolidado para a sucessão presidencial.

Ao comentar as motivações da decisão, Flávio negou que o movimento tenha relação com a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a candidatura não visa interferir em processos ou “livrar o pai da cadeia”, mas sim apresentar, pela via política, uma alternativa ao governo do PT e ao que classificou como um ambiente institucional desequilibrado.

Na avaliação do senador, a definição de um nome competitivo força partidos e lideranças a saírem da indefinição e acelera a montagem de palanques estaduais. Ele afirmou que, a partir do momento em que se colocou como candidato, a direita passou a discutir alianças de forma mais concreta, com cálculo explícito de custos e benefícios eleitorais.

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Flávio também projetou crescimento nas pesquisas à medida que sua imagem e suas posições se tornem mais conhecidas fora do eleitorado bolsonarista tradicional. Para ele, a fase atual é de estabilização, com expectativa de que, a partir dos próximos meses, partidos de centro passem a decidir se entram ou não na coalizão ainda no primeiro turno.

Desenho da campanha

Questionado sobre o papel de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Flávio afirmou que o governador de São Paulo é parte central do projeto da direita, mas descartou cenários em que ambos disputem simultaneamente o Planalto.

Na sua leitura, São Paulo ocupa posição estratégica no xadrez nacional, e a construção política passa por preservar a força do governador no estado, em vez de colocá-lo em uma chapa nacional neste momento.

O senador também destacou a participação de Michelle Bolsonaro na estratégia eleitoral. Segundo ele, a ex-primeira-dama deve atuar de forma relevante junto a segmentos específicos do eleitorado, especialmente mulheres e evangélicos, agregando credibilidade à campanha e ampliando o alcance da mensagem do grupo.

Por fim, Flávio avaliou que o tempo até 2026 é curto para reconfigurações profundas e que uma eventual desistência mais adiante comprometeria a formação de um projeto nacional consistente. Por isso, afirmou que sua candidatura deve ser tratada como irreversível e que o processo eleitoral, em sua visão, tende a se resolver rapidamente caso a direita consiga manter unidade.