Militantes impedem saída de Lula do Sindicato para se entregar à PF; petista volta ao prédio

No final da manhã, Lula fez discurso e afirmou que iria cumprir a medida judicial, mas fez duras críticas à Justiça, ao Ministério Público e à imprensa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após passar quase dois dias seguidos dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou deixar o prédio para se entregar à Polícia Federal neste sábado (7), em São Bernardo do Campo (SP). Contudo, o veículo teve dificuldade em sair do local devido aos militantes que estão na frente do prédio e ele voltou ao prédio. 

Lula fez discurso em frente ao Sindicato no fim da manhã, quando foi realizada missa em homenagem ao aniversário de Marisa Letícia, falecida esposa do líder petista. Ele afirmou que iria cumprir a medida judicial, mas fez duras críticas à Justiça, ao Ministério Público e à imprensa. “Eu sou o único ser humano processado por um apartamento que não é meu, e eles sabem que a Lava Jato mentiu que era meu, o MP mentiu que era meu, e eu pensei que o Moro ia resolver e também mentiu que era meu, e me condenou”, disse em discurso que durou 55 minutos.

A missa foi acompanhada por manifestantes e simpatizantes ao ex-presidente, além de quadros políticos da esquerda. Sobre o carro de som, ao lado de Lula, estavam figuras como a ex-presidente Dilma Rousseff, os pré-candidatos à presidência Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL), além dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Celso Amorim.

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Na quinta-feira, o juiz Sérgio Moro determinou a prisão do ex-presidente e decidiu que ele Lula teria até as 17h da última sexta para se apresentar à Polícia Federal. “Relativamente ao condenado e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,  concedo-lhe, em atenção à dignidade cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão”, decidiu Moro.

A medida foi tomada após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que negou na quarta (4) um habeas corpus protocolado pela defesa para mudar o entendimento firmado pela Corte em 2016, quando foi autorizada a prisão após o fim dos recursos naquela instância. Lula foi condenado a 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.

O juiz determinou que Lula terá direito a cela especial. “Esclareça-se que, em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física”, diz o mandado de prisão.

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Na decisão, Moro explicou que, embora caiba mais um recurso contra a condenação de Lula, os chamados embargos dos embargos, a medida não poderá rever os 12 anos de pena.”Não cabem mais recursos com efeitos suspensivos junto ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Não houve divergência a ensejar infringentes. Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico. De qualquer modo, embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância”, explicou.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.