Metodologia de pesquisa Sensus beneficiou Aécio Neves, diz jornal; diretor responde

Ao invés de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos, Sensus apresentou lista em ordem alfabética; procurado pelo InfoMoney, diretor de pesquisa diz que ambos os métodos lista e disco são válidos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A pesquisa Istoé/Sensus divulgada no último sábado (5) destacou que é grande a possibilidade de segundo turno entre Dilma Rousseff, do PT, e Aécio Neves, do PSDB. 

Enquanto Dilma Rousseff teria 35% das intenções de voto, Aécio Neves (PSDB) teria 23,7% e Eduardo Campos possui 11% das intenções de voto. Assim, a oposição conseguiria 34,7%, o que configuraria um empate técnico frente a margem de erro da pesquisa de 2,2%. Assim, se a eleição fosse realizada hoje, o futuro presidente seria escolhido no segundo turno numa disputa entre Dilma e o tucano Aécio Neves. 

Na simulação de segundo turno, Dilma teria 38,6%, contra 31,9% de Aécio. Foi também feita uma simulação com Eduardo Campos, que teria 24,8%, contra 39,1% de Dilma. O mesmo cenário se aponta se considerado os pré-candidatos nanicos, como Levy Fidelix (PRTB) e Randolfe Rodrigues (Psol). Dilma ficaria com 34% das intenções de voto e os demais candidatos, 32,4%, uma diferença de 1,6 ponto percentual e também dentro da margem de erro.

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Conforme destaca a LCA Consultores, o levantamento do Sensus feito entre os dias 22 e 25 de abril mostra um quadro mais favorável para Aécio do que realizado pela pesquisa da CNT/MDA (Dilma 37%, Aécio 21,6%, Eduardo Campos 11,8% e brancos, nulos, não sabem 29,6%) entre os dias 21 e 25 de abril.

Porém, o jornal O Estado de S. Paulo destaca que a forma como foi feita a pesquisa Sensus pode ter prejudicado a presidente Dilma por dois fatores.

Em primeiro lugar, ao invés de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos como normalmente é feito para não privilegiar nenhum deles, o instituto mineiro apresentou uma lista em ordem alfabética. Com isso, o nome de Aécio Neves aparece sempre em primeiro lugar. O disco é usado para evitar que os entrevistados sejam induzidos ao responder, já que, em uma lista, o nome com maior destaque – o primeiro – tende a ser mais citado.

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O outro fator foi uma pergunta, incluída pelo Instituto Sensus, sobre aumento dos preços dos alimentos antes de pedir ao eleitor para avaliar o governo federal como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. De acordo com o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, uma pergunta sobre conjuntura política ou econômica colocada antes da avaliação de governo também pode induzir a resposta. 

Procurada pelo InfoMoney, o diretor de pesquisa do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, destacou que ambos métodos lista e disco são válidos, com respaldo na literatura. Guedes aponta que a lista oferece melhor visualização dos candidatos, o disco menor visualização. Ele aponta ainda que as perguntas conjunturais seguem uma seqüência normal dos questionários, sem indução. “Tenha a certeza da propriedade de nossos resultados e da idoneidade do instituto”, destacou.

Agora, é ficar de olho na divulgação das pesquisas eleitorais a serem divulgadas nesta semana: a do Ibope, com previsão para ser revelada a partir desta segunda-feira, e do Datafolha, a ser divulgada a partir da próxima quarta-feira. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.