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SÃO PAULO – Em resposta ao fraco noticiário corporativo, os mercados espalhados pelo globo apagaram parte dos ganhos acumulados na última sessão e fecharam predominantemente no campo negativo nesta terça-feira (21), com destaque para a forte queda de 10,99% do índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires.
Ao contrário dos principais mercados, não foram os decepcionantes resultados trimestrais divulgados no dia os principais responsáveis pela derrocada na bolsa argentina. Por lá, os investidores reagiram mal à notícia de que o governo planeja estatizar os fundos de pensão privados do país.
De acordo com os principais tablóides mundiais, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviará ainda nesta terça-feira um projeto de lei ao Congresso para nacionalizar todos os fundos de pensão privados em função das perdas decorrentes da crise internacional.
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Caso seja aprovada, a medida irá representar a transferência de quase US$ 30 bilhões aos cofres públicos, valor administrado e distribuído em diferentes investimentos pelos dez fundos de pensão privados em funcionamento no país, os quais arrecadam mais de US$ 300 milhões por mês.
Proposta para preservar pensionistas
Segundo o governo, a proposta busca preservar os pensionistas argentinos. Isto porque as chamadas AFJP (Administradoras de Fundos de Aposentadoria e Pensões) investiram grande parte do dinheiro dos pensionistas em títulos que trouxeram um prejuízo de aproximadamente 20% desde o ano passado.
As autoridades afirmam que, em função do fraco desempenho, as AFJP podem enfrentar dificuldades para arcar com os pagamentos mínimos dos pensionistas no futuro. “A atual crise põe em evidência que o sistema privado é conceitualmente inadequado”, disse um comunicado da Administração Nacional de Previdência Social.
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Se o projeto de lei vigorar, todos os trabalhadores argentinos passarão ao sistema público de previdência. Contudo, aqueles que desejarem poderão continuar contribuindo com as AFJP para ter uma pensão complementar à do Estado, esquema semelhante ao utilizado no Brasil.
Fundos se defendem
De acordo com as notícias veiculadas na mídia internacional, os representantes dos fundos de pensão privados afirmaram que ainda não possuem uma postura definida sobre as ambições da presidente argentina.
Segundo a União das AFJP, que reúne todos os fundos de pensão privados da Argentina, a forte queda recente de seus rendimentos é um fenômeno apenas “conjuntural” em meio a um longo período de crescimento das pensões privadas, que acumularam rentabilidade de mais de 7% desde 1994, considerando a inflação.
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