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SÃO PAULO – Apontada como uma das principais preocupações relativas à economia brasileira, a situação fiscal deve continuar no radar do mercado mesmo após a esperada aprovação da reforma da Previdência.
Uma sondagem realizada pela XP Investimentos com investidores institucionais revela que 45% acreditam que a regra do teto de gastos poderá ser desrespeitada até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 2022.
O grupo, apesar de minoritário, chama atenção para a persistente situação de desequilíbrio das contas públicas e até mesmo para os riscos de a regra criada em 2016 sofrer modificações nos próximos anos. 2021 seria o ano crítico.
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Para 55% dos entrevistados, a norma que impede um crescimento real das despesas públicas será cumprida no período.
O teto de gastos já foi atacado por Bolsonaro. Durante coletiva de imprensa, realizada em 4 de setembro, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo apoiava uma mudança na regra, já que havia uma tendência de a administração ficar sem recursos para pagar despesas de manutenção da máquina pública.
No dia seguinte, o presidente voltou atrás e defendeu a regra pelo Twitter e em cerimônia no Palácio do Planalto, dizendo que flexibilizar a regra do teto seria fazer uma “rachadura em um transatlântico”.
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Privatizações
A sondagem também ouviu as expectativas dos investidores para a agenda de desestatizações do governo.
Depois de ter atingido o pico de R$ 400 bilhões no levantamento de julho, a mediana das projeções voltou à marca de R$ 300 bilhões em quatro anos. O resultado é o mesmo das pesquisas feitas nos quatro primeiros meses do ano.
Também foram avaliadas as chances de avanço nos processos de quatro estatais. A expectativa da maioria dos entrevistados é que a Eletrobras puxe a fila em 2020, seguida pelos Correios e o Porto de Santos. Já a Casa da Moeda tende a ficar para 2021 ou depois, de acordo com as apostas dos investidores consultados.
Avaliação do governo
A sondagem também mostrou uma queda na avaliação do governo pelos agentes financeiros, na comparação mensal. Para 45%, a atual administração é ótima ou boa. O grupo somava 55% em julho.
Já as avaliações negativas oscilaram de 12% para 9% no período, enquanto o grupo de investidores que veem o governo como regular saltou de 33% para 46% no período.
Do lado do Congresso, as avaliações positivas caíram de 86% para 51% de julho para cá, enquanto as negativas subiram de 1% para 16%. Para 33%, o desempenho do parlamento é regular.
Os investidores também apresentaram expectativas quanto ao relacionamento entre parlamentares e o governo nos próximos meses. Apenas 2% esperam uma melhora, ao passo que 18% acreditam em uma piora e 80% veem o horizonte estável.
Metodologia
O levantamento foi feito entre os dias 8 e 11 de outubro e contou com 85 entrevistas com gestores, traders e economistas de fundos de investimentos e instituições financeiras nacionais e estrangeiros.
O questionário é aplicado por meio de plataforma digital e divulgado de forma agregada, preservando o anonimato dos participantes.
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