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O objetivo estabelecido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de zerar o déficit primário em 2024 é alvo de cada vez maior ceticismo entre agentes do mercado financeiro. É o que mostra levantamento feito pela XP Investimentos com gestores, economistas e analistas que representam 83 instituições do setor.
Segundo a pesquisa, chegou a 89% o grupo de entrevistados que acreditam que a meta fiscal do ano que vem será alterada em algum momento. Um mês atrás, o grupo somava 75% dos respondentes − 3 pontos percentuais acima do número registrado em setembro.
Já os que acreditam que a meta prevista nas peças orçamentárias em tramitação no Congresso Nacional será mantida caiu de 28% dois meses atrás para 25% em outubro, e agora soma apenas 11% dos entrevistados. A amostra é formada majoritariamente por economistas (47%) e gestores (35%) com atuação em assets (67%) e instituições financeiras privadas (28%).
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Entre os respondentes que apostam em mudança da meta, 68% esperam que o movimento ocorra até março, quando o Ministério da Fazenda divulga o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias. Este é um dos momentos da execução orçamentária em que o governo federal pode ser levado a realizar contingenciamentos, caso se verifique que o comportamento de despesas e receitas está se distanciando do objetivo estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Outros 32% esperam que a mudança ocorra em algum momento mais tarde do exercício de 2024. Ao contrário das edições anteriores do levantamento, não há mais apostas em uma alteração da meta fiscal ainda neste ano, durante a discussão das peças orçamentárias no Congresso Nacional.
Considerando o mesmo grupo, a sondagem também capturou as apostas sobre qual deverá ser o novo patamar estabelecido. A maioria (49%) acredita que o objetivo de resultado primário ficará entre déficits de 0,4% e 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
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Mas 47% dos entrevistados veem possibilidade de um desequilíbrio ainda maior. Na média, as respostas apontam para uma meta de déficit de 0,5% do PIB, e a mediana, de 0,7%.
O levantamento foi feito entre os dias 8 e 12 de dezembro e faz parte de um questionário pré-Copom (Comitê de Política Monetária) feita a cada 45 dias pela XP Investimentos e divulgada sempre no dia em que o Banco Central decide o novo patamar da taxa básica de juros.
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