Mercado aposta em reforma constitucional da Previdência e privatizações de R$ 200 bi com Bolsonaro, diz sondagem XP

Levantamento feito com 103 investidores institucionais mostra otimismo com novo governo e projeções de Ibovespa a 110 mil pontos com aprovação da reforma

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A duas semanas da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o mercado indica otimismo com o próximo governo e esperança com a aprovação de uma reforma previdenciária. É o que mostra sondagem feita pela XP Investimentos, divulgada nesta terça-feira (18).

Segundo o levantamento, realizado com 103 investidores institucionais entre os dias 11 e 14 de dezembro, 83% dos entrevistados esperam uma gestão ótima ou boa, contra apenas 4% que projetam como ruim ou péssima.

A amostra é composta por representantes de gestoras de recursos (68%), bancos ou instituições financeiras privadas (17%) e outros segmentos (15%). A maior parte dos entrevistados (86%) atua no Brasil.

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A fotografia indica um voto de confiança ainda maior dos agentes econômicos com o governo que assume em janeiro em comparação com a avaliação da população em geral. De acordo com a última pesquisa XP/Ipespe, realizada entre 21 e 23 de novembro, 57% diziam esperar que Bolsonaro faça um governo ótimo ou bom. O gráfico abaixo compara as expectativas:

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A maior disparidade entre leituras observada nas duas pesquisa diz respeito à avaliação do governo do presidente Michel Temer. Enquanto 64% dos brasileiros classificaram em novembro a gestão como ruim ou péssima e apenas 8% como ótima ou boa, no mercado os percentuais invertem: 8% de avaliação negativa e 78% de apontamentos positivos.

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Por outro lado, em relação ao Congresso Nacional, as percepções dos investidores e da população em geral convergem. De acordo com a sondagem XP desta terça-feira, 63% dos agentes financeiros ouvidos avaliam a instituição como ruim ou péssima, contra apenas 13% de apontamentos positivos. Entre os eleitores, esses percentuais são de, respectivamente, 65% e 5%, segundo pesquisa XP/Ipespe de novembro.

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Projeções

Quando o assunto é a reforma da Previdência no próximo governo, os ouvidos atribuem uma probabilidade de 70% para a aprovação de mudança constitucional no atual sistema. Apenas 16% das instituições ouvidas veem chances minoritárias de uma reforma via PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ser aprovada no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.

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Para 63% dos entrevistados, um projeto sobre o tema será enviado pelo governo ainda no primeiro trimestre de 2019. Outros 31% veem o texto encaminhado ao parlamento entre abril e junho. A maioria deles (84%) acredita que a votação em primeiro turno no plenário da Câmara dos Deputados ocorrerá entre o segundo e o terceiro trimestres. No caso de PEC, é necessário apoio de 3/5 do plenário de cada casa em dois turnos.

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A sondagem também ouviu os investidores institucionais sobre projeções para câmbio, juros e Bolsa ao final de 2019. Caso a reforma previdenciária seja aprovada, a mediana das apostas é de queda de 8% do dólar em relação ao atual patamar, para R$ 3,61, taxa de juros estável nos atuais 6,5%, e Ibovespa a 110 mil pontos, o que equivale a uma alta de 26%.

Por outro lado, se a reforma não for aprovada no ano que vem, as expectativas são de correção nos mercados. A mediana das projeções dos investidores ouvidos pela XP Investimentos indica alta de 13% da moeda americana ante o atual patamar do real, para R$ 4,40. No caso da Selic, eles esperam uma elevação de 1,5 ponto percentual, para 8%. Já o Ibovespa mergulharia 20% do nível atual, para 70 mil pontos. Seria uma volta aos patamares de seis meses atrás.

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Quando questionados sobre uma agenda de privatizações com o futuro governo, os entrevistados estimam que iniciativas nesse sentido rendam R$ 200 bilhões nos quatro anos de mandato. O número corresponde a 25% do total possível de ser arrecadado, segundo estudo citado por Paulo Guedes, futuro ministro da Economia. Apenas 10% estimam uma captação entre R$ 480 bilhões e R$ 600 bilhões, ao passo que 57% encontram se na faixa entre R$ 2 bilhões e R$ 241 bilhões.

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Para acessar a íntegra do levantamento, clique aqui.

Metodologia

A sondagem Mercados & Política é realizada pela XP Investimentos a cada 45 dias e tem por objetivo traçar cenários para alguns dos principais indicadores para as finanças no Brasil, a partir das projeções de investidores institucionais. O grupo de entrevistados é formado por gestores de recursos, economistas, consultores etc.

Para este levantamento de dezembro, foram feitas 103 entrevistas, em uma amostra composta por representantes de gestoras de recursos (68%), bancos ou instituições financeiras privadas (17%) e outras instituições (15%). A maior parte dos entrevistados (86%) atua no Brasil.

A sondagem conta com um bloco de perguntas fixas de avaliação do presidente e do Congresso Nacional, que permitirão comparações mais precisas sobre o humor dos investidores ao longo do tempo, e com frequência definida, em torno da divulgação das decisões de política monetária pelo Banco Central.

O estudo faz parte de um conjunto de pesquisas distintas realizadas pela XP Investimentos. Todo mês, serão apresentados os dados obtidos em parceria com o Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), sobre a percepção dos eleitores em relação ao governo e alguns dos principais assuntos políticos e econômicos do País.

De outro lado, a cada três meses, em um levantamento feito em parceria com a Consultoria Contatos, deputados e senadores serão ouvidos sobre impressões acerca de suas relações e de suas respectivas com o Poder Executivo, avaliação conjuntural e perspectivas para o futuro da economia brasileira.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.