Mercadante exalta equipe econômica e compromisso fiscal ao assumir Casa Civil

BRASÍLIA – Ao assumir formalmente o cargo de ministro-chefe da Casa Civil nesta terça-feira, Aloizio Mercadante elogiou nominalmente a equipe econômica e reiterou o compromisso do governo com o controle da inflação e das contas públicas, além de defender a continuidade dos programas geridos pela pasta que passa a chefiar.

Em sintonia quase literal com a mensagem encaminhada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, lida na segunda-feira, o novo ministro –que já configurava como um conselheiro próximo da petista– defendeu conquistas do governo principalmente nas áreas econômica e social.

A entrega da mensagem presidencial ao Congresso foi a estreia do ministro, que antes mesmo da oficialização da troca ministerial já despachava do Planalto.

“Mesmo num cenário internacional de grandes incertezas e desafios, o nosso país está em franco contraste com a maioria das nações mais desenvolvidas… Porque mantém a estabilidade, o crescimento, o emprego e sobretudo a redução das desigualdades sociais”, disse.

“Minha principal tarefa será assegurar a continuidade e o sucesso dos programas prioritários do governo”, acrescentou.

Mercadante, que é doutor em Ciências Econômicas, exaltou a equipe econômica do governo citando nominalmente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a quem creditou uma “melhora das finanças públicas” graças a uma “política macroeconômica responsável e consistente”.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e sua equipe também foram citados pelo novo chefe da Casa Civil ao afirmar que a inflação mantém-se dentro da “banda de metas” pelo décimo ano consecutivo.

TROCA DE MINISTÉRIOS

A mudança na Casa Civil foi anunciada na semana passada, junto com outras alterações ministeriais motivadas principalmente pelas eleições de outubro, já que os ocupantes que pretendem se candidatar precisam ser descompatibilizados dos cargos de ministro.

A movimentação na Esplanada serve ainda para acomodar e ampliar o leque de legendas que apoiam o governo e integram a coalizão para o projeto de reeleição de Dilma.

A ex-ministra Gleisi Hoffmann deixa a Casa Civil e volta a ocupar uma vaga no Senado, para depois disputar o governo do Paraná, enquanto Alexandre Padilha, que pretende candidatar-se ao governo do Estado de São Paulo, passou o comando da Saúde para o médico Arthur Chioro.

No lugar de Mercadante, que estava na Educação, a presidente nomeou o secretário-executivo da pasta, José Henrique Paim. As trocas foram informadas pelo Palácio do Planalto por meio de uma nota oficial na última quinta-feira.

Na semana passada, também foi anunciada a troca de comando na Secretaria da Comunicação Social. Helena Chagas foi substituída por Thomas Traumann, que era porta-voz da Presidência.

Mercadante, 59 anos, é um petista histórico e próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi líder do governo no Senado. Começou o governo Dilma no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia, uma espécie de prêmio de consolação depois de ter perdido a disputa para o governo do Estado de São Paulo.

Com a saída do então ministro da Educação, Fernando Haddad, no início de 2012, para disputar a Prefeitura de São Paulo, Mercadante assumiu a pasta.

Nos últimos meses, transformou-se num dos auxiliares mais próximos de Dilma. Na Casa Civil, seu poder deve se ampliar, apesar do perfil técnico da pasta.