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SÃO PAULO – Em meio às discussões cada vez mais acaloradas sobre o projeto de lei de Francisco Dornelles (PP-RJ) para dar maior autonomia ao Banco Central, que vem dominando o debate político-econômico nos últimos dias, o ex-presidente da autoridade monetária entre 2003 e 2011 manifestou sua opinião.
“A autonomia do Banco Central passou a ser discutida a sério, o que é importante, pois era algo que nem se cogitava”, afirmou Meirelles, durante debate no evento de lançamento do DVD “O Brasil deu certo. E agora?” em que participou junto com os economistas Maílson da Nóbrega, Gustavo Loyola e o presidente do Itaú Unibanco (ITUB4), Roberto Setúbal.
Com isso, Meirelles faz coro com uma série de políticos influentes que defende a maior autonomia da autoridade monetária. Conforme destacou Maílson da Nóbrega no mesmo evento, mesmo que os maiores líderes digam que não é preciso, as evidências históricas evidenciam que a formalização da autonomia do BC é necessária.
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Nóbrega ressaltou que, na América Latina, apenas três nações não formalizaram a autonomia dos bancos centrais nacionais: a República Dominicana, Honduras e o Brasil. E cita o caso do Reino Unido, em que somente a formalização do BC levou à queda das taxas de juros. “Se o BC se tornar autônomo, a taxa de juro deve cair automaticamente”, ressaltou.
Debate acalorado
Este debate se tornou ainda mais acalorado nas últimas semanas, com até mesmo o ex-presidente Lula entrando na discussão. O governo vinha sendo duramente criticado por ter pressionado o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, em abaixar a Selic, levando assim à aceleração da inflação, tendo que depois reverter a tendência com aumentos sucessivos da taxa básica de juros.
Conforme destacou o jornal Folha de S. Paulo, Lula iniciou há algumas semanas as conversas sobre a proposta do senador Dornelles sobre a autonomia do BC.
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O ex-presidente teria constatado que o empresariado e o setor financeiro desconfiam da disposição de Dilma Rousseff para o diálogo sobre o assunto e do caráter estatizante do governo. A constatação era de que a autonomia formal da instituição teria efeito parecido ao que a “Carta ao Povo Brasileiro” teve para ele próprio na eleição de 2002.
Assessores do Instituto Lula teriam chegado a pedir subsídios sobre a matéria para parlamentares aliados, após o ex-presidente tratar da ideia de autonomia com empresários. De acordo com a Folha, Lula foi convencido a se envolver na articulação de bastidores sobre o assunto por dois ex-auxiliares: Antonio Palocci e o próprio Henrique Meirelles.
Contudo, Lula voltou atrás motivado pela reação negativa da presidente, que reiterou ser contra o projeto. E isto está causando turbulências no governo: o presidente do Senado, Renan Calheiros, da base aliada, comunicou que irá levar adiante a votação do projeto de lei.
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