MCM: Após disparadas de Dilma e Marina, será a hora e a vez de José Serra?

Consultoria identifica uma "onda azul" a favor da candidatura do tucano, mas ainda sem força para tirar favoritismo da petista

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Marcada por surpresas, a eleição presidencial de 2010 caminha para seu fim. Seu trajeto inicial foi marcado por uma onda vermelha, que levou a candidata do PT, Dilma Roussef, para a liderança das pesquisas, seguida por uma onda verde, que, em poucos dias, praticamente dobrou o número de votos de Marina Silva. A principal questão no momento é: existe uma onda azul?

Para a equipe da consultoria MCM existe um movimento favorável ao candidato do PSDB, José Serra, mas ela ainda não foi forte o suficiente para tirar de Dilma a condição de ligeiro favoritismo. Pesquisas mostram que o tucano conseguiu atrair a maior parte dos votos dados a Marina Silva no primeiro turno, e há ainda cerca de 20% de eleitores cujos votos não estão plenamente definidos, o que deixa o resultado final da eleição em aberto. 

A análise do perfil destes indecisos não dá base para que se defenda qualquer hipótese sobre quem será o próximo presidente da república. José Serra parece levar vantagem ao se ver o corte regional destes eleitores, que se concentram na região sudeste do País, reforçando a tese de que o principal campo de batalha do segundo turno será São Paulo e Minas Gerais, territórios em que os tucanos levam vantagem.

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Por outro lado, ao se observar o grau de escolaridade destes eleitores, o otimismo tucano parece esmorecer, uma vez que a indecisão ataca todos as classes. “Essa não é uma informação favorável para Serra, pois o tucano tem melhor desempenho entre os eleitores de nível superior”, explica a MCM. 

Cartas na manga
“Não se entra sem armas em uma briga de facas”, diz o provérbio popular, e a lição parece ter sido bem aprendida pelos dois candidatos à presidência, que foram a caça de do apóio dos governadores eleitos em primeiro turno. Dos dezoito governadores eleitos, onze apóiam a candidatura de Dilma Roussef, mas, quando leva-se em conta o potencial em votos destes apoios, José Serra aparece, mais um vez em vantagem.

A equipe da MCM aponta que a vantagem do tucano decorre, principalmente, de dois estados, citados acima como “o principal campo de batalha do segundo turno” – São Paulo e Minas Gerais. Em São Paulo, Geraldo Alckmin, reaproximou-se de Serra durante a campanha, superando os problemas entre os dois após o atual candidato a presidência apoiar a candidatura de Kassb a prefeitura de São Paulo, em, detrimento de Alckmin. Já durante o primeiro turno, o novo governador de São Paulo trabalhou com afinco a favor de Serra e agora, no segundo turno, dedica-se a ampliar o apoio a Serra entre os prefeitos do interior de São Paulo

Mas a grande carta na manga de José Serra é outra. Figura carimbada no cenário político nacional, é o nome de Aécio Neves que vem em auxílio do tucano. “O futuro senador mineiro provou que domina a política mineira. Apesar de ter enfrentado uma coligação muito forte, que reuniu PT e PMDB, Aécio conseguiu algo que Lula foi incapaz de fazer: eleger no primeiro turno um candidato desconhecido que nunca antes havia concorrido a um cargo público”, aponta a MCM. 

“Depois de ter conquistado o seu principal objetivo, está livre para se dedicar à campanha de Serra. E já mostrou serviço. Na semana passada, conseguiu reunir quase 400 dos 800 prefeitos mineiros em evento a favor do presidenciável tucano. Além disso, assegurou o apoio dos diretórios regionais do PV e do PP a José Serra”, continua a consultoria.

Afim de atingir seus objetivos mais altos, Aécio precisa conquistar a confiança de todo o PSDB, explicam os analistas. Além disso, caso Serra seja eleito, o peso político de Aécio no Senado será maior. “No mínimo será o principal operador político do governo no Senado e pode até tentar se eleger presidente da Casa, talvez não já em 2011, mas no biênio 2013-2014”, aponta a MCM. 

Emfim, a MCM comprovou que, de fato, existe uma onda azul. Mas, como foi dito acima, ela ainda não foi forte o suficiente para tirar de Dilma a condição de ligeiro favoritismo. 

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