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O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, na manhã desta sexta-feira (13), a prisão do tenente-coronel Mauro Cid minutos após ela ter sido decretada. Apesar da decisão, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deverá prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF), previsto para ocorrer ainda nesta manhã, em Brasília.
A prisão havia sido motivada por desdobramentos da investigação contra o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (governo Bolsonaro), acusado de tentar obter, em maio, um passaporte português para que Cid deixasse o Brasil. A operação para prender ambos foi deflagrada pela PF nesta sexta. Machado foi detido em Recife (PE).

Delação de Mauro Cid pode ser anulada após indícios de mentira ao STF
Revista aponta que ex-ajudante de ordens usou rede social para divulgar versão paralela

Ex-ministro de Bolsonaro Gilson Machado é preso pela PF por suposta ajuda a Cid
Machado é acusado de atuar junto ao consulado de Portugal para obter passaporte a Mauro Cid
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao STF a abertura de inquérito contra Machado por obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal. Segundo a Polícia Federal, Machado teria recorrido ao consulado de Portugal no Recife no dia 12 de maio para tentar emitir o documento em favor de Cid.
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Além disso, ele também estaria envolvido em uma campanha de arrecadação de doações financeiras a favor de Bolsonaro, o que chamou a atenção dos investigadores.
No pedido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, Gonet destacou que, embora o passaporte não tenha sido emitido, ainda existe risco de Machado tentar articular o mesmo tipo de manobra junto a outras embaixadas ou consulados. Por isso, a PGR também solicitou medidas de busca e apreensão.
Mauro Cid é réu por participação na tentativa de golpe de Estado que visava manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Ele firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, mas vem sendo alvo de questionamentos sobre a fidelidade ao pacto, após suspeitas de omissões e versões paralelas.