“Marina será saco de pancadas de Dilma e terá que abandonar discurso vago”, diz especialista

Cientista político destacou ainda que as chances de Aécio correr por fora são mínimas e equivalentes à possibilidade do Palmeiras superar o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro.

Marcello Ribeiro Silva

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SÃO PAULO – O debate entre os presidenciáveis, realizado pelo SBT, o jornal Folha de S. Paulo, a rádio Jovem Pan e o site UOL, não surpreendeu e mostrou Marina Silva, do PSB, como o principal alvo das críticas de seus opositores na corrida ao Planalto. O movimento refletiu as mais recentes pesquisas de intenção de voto, que apontam a ex-senadora como virtual vencedora em uma eventual disputa de segundo turno com a presidente Dilma Rousseff (PT). O candidato do PSDB, Aécio Neves, que registrou ligeira queda nos levantamentos, foi o menos atacado entre os três principais presidenciáveis.

Para Claúdio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a ascensão de Marina deve atribuir à ela uma posição menos confortável nos debates entre os candidatos e durante os programas eleitorais.

“Marina será o saco de pancadas de Dilma e terá que abandonar o discurso vago e raso. Ela precisa explicar as mudanças de seu programa de governo de forma mais clara para não dar margem para que sejam identificadas inconsistências e incoerências no seu discurso”, avaliou.

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O especialista acredita que o discurso de boas intenções adotado pela candidata peessebista precisa ser revisto para que ela mantenha a trajetória ascendente que vem se desenhando desde a morte de seu companheiro de chapa, Eduardo Campos.

“Ela precisa se explicar melhor para comprovar que sabe separar suas crenças religiosas das práticas políticas”, explicou.

Sobre a postura mais agressiva de Dilma em relação à Marina, o cientista político acredita que a petista está certa em centralizar suas críticas contra a ex-senadora. “Visando a polarização com Marina no segundo turno, Dilma já tem que bater na candidata peessebista, destacando suas inconsistências e fragilidades”, comentou. “Se não for agressiva, Dilma pode ensaiar o seu adeus ao Planalto”, completou.

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Indagado sobre Aécio, o cientista político disse que as chances do tucano correr por fora são mínimas e equivalentes à possibilidade do Palmeiras superar o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. O alviverde paulista é o 16º colocado – apenas uma posição acima da zona de rebaixamento -, enquanto a equipe mineira é lider isolado da competição, com 8 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Internacional (RS).

“A situação está muito complicada, porque ele depende cada vez menos de si próprio”, avaliou o especialista, acrescentando que com a ascensão de Marina, o tucano se tornou a terceira via para o eleitorado. “Aécio depende de um grande desastre na campanha de Marina para ter alguma chance de enfrentar Dilma no segundo turno. Ainda que tenha muitos méritos, isso não será o suficiente. Suas principais concorrentes já estão tratando ele como cachorro morto”, concluiu.

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