“Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho”, diz site Muda Mais

Ontem, o TSE aceitou o pedido de Marina Silva e sua coligação, Unidos Pelo Brasil, para retirar do ar o Muda Mais; presidente do PT vê tentativa de censura

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Ontem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aceitou o pedido de Marina Silva e sua coligação, Unidos Pelo Brasil, para retirar do ar o site Muda Mais, criado por integrantes do PT para defender a candidatura de Dilma Rousseff e ainda criticar os candidatos da oposição. A decisão foi dada pelo ministro Herman Benjamin.

Marina Silva e sua coligação afirmam que a campanha eleitoral de Dilma foi iniciada por meio de dois sites na internet, o “www.dilma.com.br” e “www.mudamais.com”. Este segundo seria um dos sites oficiais da candidata até ser “desvinculado”. Porém, o PSB alega que, apesar de o site Muda Mais ter sido substituído no registro de candidatura de Dilma, a página continua sendo usada como portal de campanha.

A decisão levou às mais diversas reações dentro do partido e foi divulgado até mesmo um comunicado no site que foi retirado do ar. 

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

O presidente do PT e coordenador geral da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, Rui Falcão, classsificou que a decisão foi uma tentativa de censura promovida pela oposição do site Muda Mais“A tentativa de censura não vai impedir o debate eleitoral e que a promoção da democracia continue sendo feita”, afirmou Rui.

Na decisão, o ministro diz que a propaganda eleitoral na internet, permitida após o dia 5 de julho, pode ser realizada em sítio do candidato, do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no país. Porém, neste caso, o endereço eletrônico não está registrado na Justiça Eleitoral como sendo de Dilma ou de sua coligação.

“Não temos censurado ninguém, temos debatido livremente. É um absurdo em uma sociedade democrática, depois de 12 anos da mais ampla liberdade de imprensa no País, uma candidata censurar a nossa campanha”, afirmou Rui Falcão, acrescentando que “continuaremos mantendo a linha de não atacar as pessoas, mesmo quando a gente é atacado. Vamos continuar discutindo propostas, criticando as que consideramos prejudiciais ao País. O que estamos fazendo é dissecar um programa que vai e volta”, completou.

Continua depois da publicidade

O dirigente comentou o debate político em torno do esclarecimento que a campanha petista faz sobre a independência do Banco Central, proposta de Marina Silva. “Nós temos mostrado à população quais são os riscos de um banqueiro ditar as regras do salário, do emprego, do câmbio. Alguém que não é eleito pelo povo. (O Banco Central) não é um poder independente como são o Legislativo, Executivo e o Judiciário, e a população vai se dar conta que essa proposta é prejudicial para ao País”.

Já em nota divulgada na página inicial do site, o Muda Mais destacou que vai proceder à defesa jurídica de todos os pontos que foram questionados, e “não vamos deixar que as posturas anti-democráticas da candidata nos calem”.

O Muda Mais afirmou que “empre teve o caráter de disseminar o debate nas redes, se baseando na honestidade dos fatos, em uma boa apuração e na checagem das informações que servem ao diálogo franco e aberto, levando em consideração a disputa de projetos que está em jogo nessas eleições”. E alfinetou a candidata do PSB: “Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho. Tentar calar o Muda Mais é tentar calar o debate político”.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.