Marina diz porque chorou ao falar de Lula e rebate críticas: “sou sensível, não frágil”

Candidata do PSB falou que irá recuperar a credibilidade da política econômica brasileira e que vai manter direitos trabalhistas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em sabatina realizada hoje ao Bom Dia Brasil nesta quinta-feira (25), a candidata à presidência pelo PSB Marina Silva falou que irá recuperar a credibilidade da política econômica brasileira, afirmou que vai manter direitos trabalhistas e ainda se defendeu das falas de que seria ”frágil”. “Não se deve confundir sensibilidade com fragilidade”, afirmou.

Marina defendeu sua proposta sobre a atualização das normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mantendo os direitos trabalhistas já conquistados. Para ela, na versão atual da CLT, nem todos os trabalhadores têm os direitos assegurados. Contudo, ela afirmou que vai regulamentar melhor a terceirização, mas que não vai mexer na CLT porque isso traria insegurança.

Perguntada sobre divergências dentre seus assessores econômicos em relação a qual seria a meta de inflação no seu governo, Marina destacou que vai mantê-la em 4,5% ao ano. Eduardo Campos, cabeça de chapa do PSB morto em 13 de agosto defendia uma redução da meta para 3% ao ano no médio prazo enquanto o assessor Alexandre Rands, em entrevista recente, afirmou que era possível num primeiro momento aumentar a meta para 5,5%. Marina reiterou a sua fala e disse que, não é porque um assessor tem uma opinião, que isso significa que faz parte do plano de governo.

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“A meta de inflação é estabelecida e tem que ser cumprida. Quando Eduardo Campos fez as afirmações, estávamos no debate. E a fala de um dos colaboradores não significa o programa de governo. A nossa proposta é de 4,5% e manter o tripé econômico”, afirmou ressaltando que, atualmente, o governo sobre com a baixa credibilidade. 

Perguntada como vai reverter o quadro de inflação alta e baixo crescimento, Marina ressaltou que “uma medida importante não será tomada por mim, e sim pelo povo brasileiro. Eleger um presidente para recuperar a confiança”, destacou, citando que irá criar um Conselho de Responsabilidade Fiscal, respeitará contratos e que vai seguir o tripé econômico e terá o compromisso de não elevar o gasto público acima do PIB. 

“Nós não vamos nos aventurar em política econômica, não vamos inventar a roda, vai ser feito o que foi realizado desde Itamar [Franco], consolidou com FHC e continuou com Lula. A presidente Dilma se aventurou na política econômica”. 

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Perguntada sobre como vai fazer uma política mais austera e recuperar o crescimento, Marina afirmou que cortar o gasto ineficiente não significa cortar os investimentos. “Hoje não sabemos do tamanho e da qualidade do gasto porque não há transparência”.

Sobre os preços administrados para o controle da inflação, Marina afirmou que a presidente Dilma está “pondo a mão na consciência”. “Ela é a presidência da república, ela que tem que resolver este angu de caroço que colocou o Brasil”, afirmou. 

Frágil?
Perguntada sobre porque chorou em entrevista à Folha de S. Paulo e se isso passaria uma imagem de fragilidade, Marina rebateu e disse: “eu sou uma pessoa sensível, não é fragilidade. Quem foi disse que presidente da república não tem emoções?”.

“Foi estranho, porque [o choro]  foi fora da entrevista, estava diante de uma jovem filha de um ex-companheiro do PT e com a mesma idade das minhas filhas. Estava falando que havia um pesar sobre os nossos álbuns, que antes havia orgulho porque tinha várias fotos com o PT e agora a gente não tem mais esse orgulho”.

“É possível que as pessoas vejam fragilidade, há preconceito. Eu tive muitos problemas de saúde, 5 malárias, 3 hepatites, perdi a mãe aos 14 anos, alfabetizada aos 16 anos, passar o que eu passei e pedir para não ter emoções, sinceramente, já vi tantos líderes chorando e dizer que isso é fragilidade…”, afirmou. Marina citou ainda quando Lula caiu no choro quando recebeu um diploma de presidente, ele que nunca tinha estudado. “Naquele momento, eu caí no choro também”.

Consistência da campanha
Quando questionada sobre porque teve um refreamento no crescimento nas últimas pesquisas e se isso seria um problema de consistência, Marina afirmou: “
minha candidatura é muito consistente. Já imaginou o que é estar na campanha como vice e perder o candidato. Começar tudo do zero? Descartar todo o material? A maioria dos estados ainda não tem material e não temos as estruturas que os nossos concorrentes têm”, ressaltou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.