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O prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição no pleito de outubro deste ano, voltou a bater forte no empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), um de seus principais adversários na corrida eleitoral paulistana.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (9), o emedebista associou o nome do concorrente ao crime organizado, especialmente à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em função da suposta ligação entre dirigentes de seu partido e o grupo criminoso.
O presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, teria sido flagrado em conversas com um suposto membro do PCC. Segundo reportagem e áudio publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, Avalanche diz que teria participado da soltura do traficante André do Rap, um dos líderes do PCC, que deixou a prisão em 2020 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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“Eu não vou deixar, e vocês precisam, como jornalistas, ter essa responsabilidade, esse cara [Marçal] chegar à prefeitura. Ele pode ter sentado nesta cadeira [do Roda Viva], mas a cadeira da prefeitura, para ele levar essa turma do crime para lá, não”, afirmou Nunes.
O prefeito disse, ainda, que Pablo Marçal estaria “envolvido até o nariz com o PCC”. “Eu não vou deixar essa turma dessa gangue do PCC assumir a prefeitura de São Paulo”, afirmou.
7 de setembro
Durante a entrevista, o prefeito de São Paulo também criticou Marçal por fato de o candidato do PRTB ter tentado subir no carro de som da manifestação do último sábado, dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, organizada pelo pastor Silas Malafaia e outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Marçal chegou ao local pouco antes do encerramento oficial do evento, o que, segundo aliados de Bolsonaro, seria um sinal de que o influenciador quis evitar se comprometer com a pauta central da manifestação – o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Segundo Nunes, Marçal “não respeitou a liderança e o protagonismo do presidente Bolsonaro”. O prefeito de São Paulo, que ficou no carro de som, acompanhou a manifestação bolsonarista, mas não discursou. Barrado, o candidato do PRTB ficou na rua e foi bem recebido por grande parte do público que participava do protesto.
“Ali, a gente tinha o protagonismo do presidente Bolsonaro. Fico impressionado com a capacidade que ele [Marçal] tem de mentir”, prosseguiu Nunes. “Ele tem falado várias mentiras sobre a minha pessoa, criando essas coisas fantasiosas”, completou.
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Relação com Bolsonaro
No programa, Ricardo Nunes foi questionado sobre o apoio que recebeu de Jair Bolsonaro na campanha deste ano. O prefeito vem disputando os votos do eleitorado bolsonarista com o próprio Marçal, que teve um forte crescimento nas pesquisas de intenção de voto há algumas semanas, mas parece ter perdido força nos últimos dias.
“Não tenho crítica a ele [Bolsonaro]. O que eu posso ter é alguma divergência sobre algum ponto, o que é natural”, disse Nunes. “[As ideias de Bolsonaro] Têm tudo a ver com tudo aquilo que eu sempre defendi”, prosseguiu.
Corrida eleitoral embolada
A menos de um mês do primeiro turno das eleições municipais, a disputa eleitoral na maior cidade do Brasil segue indefinida e em cenário de empate técnico entre os três principais concorrentes.
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É o que mostra a pesquisa divulgada pelo Datafolha, na quinta-feira (5), apontando um empate técnico entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).
Em relação ao último levantamento do instituto, há duas semanas, o candidato do PSOL se manteve com a mesma pontuação (23%), enquanto Nunes subiu 3 pontos percentuais (de 19% para 22%) e Marçal oscilou 1 ponto para cima (de 21% para 22%).
No segundo pelotão, aparecem a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que registrou uma oscilação positiva de 1 ponto percentual e foi de 8% para 9% das intenções de voto, e o jornalista José Luiz Datena (PSDB), que perdeu 3 pontos, recuando de 10% para 7%.
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A pesquisa divulgada pelo Datafolha indica que a chamada “onda” em favor da candidatura do empresário e influenciador Pablo Marçal pode ter começado a ser contida.
No último levantamento, por exemplo, Marçal havia subido 7 pontos percentuais, bem acima da margem de erro, e chegado à liderança (em empate técnico com os 2 rivais) pela primeira vez.
Nesta nova rodada da pesquisa, o candidato do PRTB se manteve praticamente estável, oscilando apenas 1 ponto para cima, dentro da margem de erro – o que pode indicar que estaria se aproximando de um “teto”.