Bolsonaro participa de ato pró-governo, apesar do coronavírus, e contraria a própria recomendação

Atos em defesa de Jair Bolsonaro e contra o Congresso e o STF ocorrem em capitais e cidades do interior, a despeito de recomendações de autoridades de Saúde

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Três dias após sugerir o adiamento de manifestações marcadas para este domingo (15), em função da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estimulou atos em defesa do seu governo e ainda participou de um deles, em Brasília. Simpatizantes da atual administração em diversas cidades carregavam faixas e diziam palavras de ordem contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Até o início da tarde, capitais como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Belém (PA) e Maceió (AL) tinham atos, ainda que alguns esvaziados. As manifestações contrariam recomendações dadas por autoridades de saúde de vários estados e da própria Organização Mundial de Saúde para suspender eventos com grandes aglomerações, como uma forma de desacelerar a propagação da Covid-19.

Em Brasília, um grupo reduzido de pessoas foi às ruas protestar, mesmo após um decreto do governo do Distrito Federal proibir eventos que reunissem público superior a 100 pessoas. Portando roupas e bandeiras verde e amarelas, além de cartazes contendo frases contra o Congresso e o STF, os manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios até o gramado em frente ao parlamento. A Polícia Militar não estimou o número de participantes.

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Bolsonaro deixou o isolamento no Palácio do Alvorada — recomendação médica que lhe fora dada até a realização de novo teste de coronavírus — e interagiu com um grupo de manifestantes. Sem máscara, o mandatário desceu a rampa e esticou o braço para tocar nos manifestantes, separados por uma grade. Ele ainda fez selfies com celulares de apoiadores.

“Não tem preço o que esse povo está fazendo, apesar de eu ter sugerido, não posso mandar, a manifestação não é minha, o adiamento, por causa desse vírus”, disse o presidente durante a transmissão. Ele também defendeu a manifestação, que classificou como “espontânea”.

“Nós políticos temos como mudar o destino do Brasil. Não é um movimento contra nada, é um movimento a favor do Brasil”, continuou o mandatário.

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Na quinta-feira (12), em sua live semanal pelas redes sociais, Bolsonaro havia recomendado o adiamento das manifestações, em função do avanço do novo coronavírus. O recado foi dado ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e reforçado minutos depois em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.

No Rio de Janeiro, manifestantes vestidos de verde e amarelo se reuniram na Orla de Copacabana. Foram exibidas faixas em apoio a Bolsonaro e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e dizeres críticos aos demais Poderes. “Congresso e STF matam mais que coronavírus” e “Fora Rodrigo Maia e companhia” foram alguns deles. Muitos dos presentes eram idosos, grupo considerado de maior risco para o novo coronavírus.

Em São Paulo, simpatizantes de Bolsonaro se concentraram em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na Avenida Paulista. Entre os personagens mais criticados pelos presentes, estavam Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados; Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado Federal; Dias Toffoli, presidente do STF; e o governador paulista João Doria. No estado, também houve atos nas cidades de Campinas, Mogi das Cruzes, Jundiaí, Ribeirão Preto, Bauru, Laranjal Paulista e Piracicaba.

O presidente Jair Bolsonaro, apesar de ter recomendado o adiamento das manifestações, endossou os atos desde a manhã do domingo e compartilhou imagens em seu perfil oficial no Twitter:

De acordo com o último levantamento apresentado pelo Ministério da Saúde no sábado (14), o Brasil tem 121 casos confirmados de infectados pelo novo coronavírus e outros 1.496 suspeitos.

(com Agência Brasil)

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