Manifestação contra Dilma e corrupção na Petrobras reúne 5 mil em São Paulo

Dentre os políticos participantes, estiveram presentes José Aníbal e José Serra; mais uma vez, houve um pequeno grupo que defendeu a intervenção militar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A manifestação organizada por movimentos contrários ao governo Dilma Rousseff bloqueou, na tarde de hoje (6), o sentido Rua da Consolação da Avenida Paulista, em São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, 800 pessoas participam do protesto em seu início mas, depois, durante a caminhada, a estimativa é de 5 mil pessoas tenham aderido à manifestação.

O ato teve início após concentração no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), às 15h. Os manifestantes seguiram em caminhada até a Praça Roosevelt, no centro da cidade, onde o ato terminou com o hino nacional, por volta das 18h.

Uma das frentes que articulam o protesto é o Vem pra Rua, que surgiu em junho deste ano. Rogério Chequer, organizador do Vem pra Rua, diz que o ato de hoje é contra a corrupção e a falta de ética dos políticos. “Somos contrários às ações do governo Dilma, que estão ligadas à corrupção, ao aparelhamento do Estado, à interferência entre os Poderes”, disse.

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Chequer destacou que não apoia manifestações mais radicais, presentes no protesto, como as que pedem uma intervenção militar. “Somos totalmente contrários à intervenção militar, mas respeitamos outras manifestações. Nós defendemos a apuração total de irregularidades, punição dos condenados e um governo que tenha maior eficiência fiscal e administrativa, que não desperdiça o dinheiro do povo”.

Por outro lado, o empresário Ronaldo Luís Ferreira, da liderança do movimento pela intervenção militar, defende que essa é a única saída para o país. “Queremos uma intervenção para tirar todos os políticos bandidos. E, depois, ter uma nova eleição e, assim, [eleger] aqueles que forem patriotas e não precisam ganhar salário para servir ao Brasil”, disse.

O senador eleito por São Paulo, José Serra, chegou à manifestação por volta das 17h15, discursando primeiro no chão e depois no carro de som. “Continuem indo à rua para expressar suas insatisfações e, por que não, revolta. Isso contribui para o fortalecimento da democracia”, afirmou. 

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“A democracia não é só eleição, é um sistema de valores que está sendo destruído pelo PT. Temos que estar mobilizados”, afirmou. A divulgação do ato contou com a participação de políticos como Serra e o deputado José Aníbal (PSDB), além do senador tucano Aécio Neves, que não foi ao evento.

Durante o ato, Serra chegou a dizer que mereceria uma medalha por ter atrasado a implantação do projeto de trem-bala, quando era governador de São Paulo. “Mereço uma medalha por isso. Qualquer pessoa que tenha trabalhado para atrapalhar aquele projeto merece uma condecoração”.  Serra havia afirmado ontem que incluiu Campinas no projeto do Trem-Bala, que originalmente ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro de forma proposital para atrasar o andamento do projeto. 

O cantor Lobão protestou contra a ausência de políticos que defenderam os protestos e o excesso de militantes pró-ditadura. “Cadê os parlamentares? Só tem ‘inimigo’ aqui. Cadê o Aécio, o [Ronaldo] Caiado? Se eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa. Estou pagando de otário.” Lobão só se teria se acalmado quando soube que Serra estaria presente.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.