Maluf cobra proteção do governo de Dilma contra Ministério Público de Nova York

O deputado afirmou que está disposto a contestar as afirmações da promotoria, mas que tem o direito de ser ouvido por autoridades nacionais e que o governo brasileiro deveria defender isso

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista à TV Brasil, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) cobrou proteção do governo de Dilma Rousseff contra o Ministério Público de Nova York, que o colocou na lista de procurados da Interpol e o acusa de crimes como roubo e lavagem de dinheiro. Vale ressaltar que, nesta semana, o deputado manifestou apoio à reeleição de Dilma à presidente em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo

O deputado afirmou que está disposto a contestar as afirmações da promotoria, mas que tem o direito de ser ouvido por autoridades nacionais e que o governo brasileiro deveria defender isso.

“Eu gostaria que o governo brasileiro protestasse junto ao Ministério Público de Nova York, para dizer: ‘O Sr. Maluf está à disposição para falar, mas ele quer falar no seu país, de acordo com a lei brasileira’. Aqui não é quintal de ninguém”, disse o congressista.

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“É uma excrescência. O governo brasileiro tinha que proteger todos os brasileiros de uma agressão dessa”, afirmou em entrevista ontem aos jornalistas Paulo Moreira Leite, Florestan Fernandes Júnior e Cynara Menezes no programa “Espaço Público”. Ele destacou que quer ser ouvido por uma autoridade brasileira e que o processo tem que ser feito no Brasil. 

No processo que corre no exterior, Maluf e seu filho Flávio são acusados de roubo, fraude e lavagem de dinheiro. Em 2007, o político teve a prisão decretada por desvio de R$ 26 milhões dos cofres públicos quando era prefeito de São Paulo, originado de desvios de obras entre 1993 e 1996. O valor teria sido extraviado e enviado para o exterior através do banco Safra. Porém, Maluf nega que tenha dinheiro no exterior.

Por causa desta ação, o nome de Maluf foi incluído em 2009 na lista de procurados da Interpol, que reúne polícias de 190 países. 

Tentando entrar em acordo
Os advogados do deputado Paulo Maluf (PP-SP) esperavam, no começo de maio, entrar em acordo com a Promotoria de Nova York, de forma a livrar o político da cadeia caso ele viaje para o exterior, através de um acordo no valor de US$ 1 milhão, o equivalente a R$ 2,2 milhões, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo. Desde 2007, há uma ordem de prisão preventiva contra Maluf.

O político entregaria até mesmo um anel de sua esposa, Sylvia Maluf, avaliado em US$ 250 mil (R$ 557 mil). O anel de rubi e diamantes foi enviado para leilão nos EUA, mas foi apreendido por promotores. 

Conforme aponta o documento ao qual o jornal teve acesso, o político “teria que se declarar culpado de um crime relacionado com uma conta bancária criada em Nova York, no banco que foi canal para o movimento de fundos roubados”.

De acordo com promotores de São Paulo, o valor que passou por Nova York foi apenas uma pequena fração do montante desviado por Maluf, que totaliza US$ 340 milhões – R$ 758 milhões – de duas grandes obras que ele realizou como prefeito: o túnel Ayrton Senna e atual avenida Roberto Marinho.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.