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SÃO PAULO – O ex-deputado federal Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP) condenado e preso no mensalão e na Lava-Jato, contou durante negociação de delação premiada que Luiz Inácio Lula da Silva sabia da existência do Petrolão e da função exercida no esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, segundo reportagem da revista Época, publicada no sábado. Dos 73 capítulos e dos mais de 130 agentes políticos citados na proposta de delação premiada, que deve ser assinada nos próximos dias, o personagem principal é o ex-presidente, disseram investigadores ouvidos pela revista.
O ex-deputado ofereceu aos investigadores relatar cinco episódios comprometedores envolvendo Lula, mas que, no final das contas, tornaram-se em um único tópico. Foi esse tópico que fez com que os procuradores da Lava Jato aceitassem a colaboração de Corrêa. O ex-deputado cita diversos relatos de encontros realizados entre Corrêa e Lula. Num deles, o PP cobra mais espaço no esquema de propina da Petrobras, em outro, relata o que seria uma interferência direta de Lula na Petrobras.
Segundo a revista, o ex-parlamentar detalha que o embrião do esquema de corrupção da Petrobras era o mensalão e acrescenta que, desde 2004, “o petrolão financiava o mensalão”. Os investigadores contaram à Época que os relatos de Corrêa são bastante detalhados e impressionam pela capacidade de memória do ex-parlamentar, mas ponderam que, diferente das outras delações, Corrêa não apresenta provas robustas, como extratos bancários, mas faz o que chamaram de “verdadeira crônica da política brasileira”, citando irregularidades e falcatruas em diversos períodos da história e em diferentes partidos.
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