Maia em NY, defesa de Lula vai ao ataque de Moro, Bolsonaro defende privatização condicional da Petrobras e mais 5 notícias

Confira as principais notícias do radar político do fim de semana e desta segunda-feira

Marcos Mortari

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Confira as principais notícias do radar político do fim de semana e desta segunda-feira:

Geraldo Alckmin se movimenta

Tido como um dos principais nomes viáveis para representar o centro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem enfrentado mais dificuldades que o esperado para confirmar as expectativas. Com problemas para deslanchar nas pesquisas de intenção de voto, o tucano tem alimentando ceticismo entre aliados não muito distantes. Em resposta aos questionamentos sobre as reais condições de vencer as eleições, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Alckmin trabalha para construir uma aliança partidária que lhe garanta a maior fatia de tempo de televisão na propaganda eleitoral. A ideia seria mostrar força em sua candidatura, com aproximações de partidos como PP, PSD, PTB, DEM, Solidariedade e PPS. O objetivo é conquistar algo em torno de 4 minutos e 10 segundos dos 12 minutos e 30 segundos totais de cada bloco fixo de propaganda eleitoral.

Enquanto o tucano tenta se movimentar no plano nacional, o vice-governador, Marcio França (PSB), tenta atrair deputados tucanos para ser o candidato governista ao Palácio dos Bandeirantes. Para muitos analistas, a difícil costura das candidaturas e alianças em São Paulo será fator crucial para a consolidação do nome de Alckmin na disputa nacional.

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Rodrigo Maia fala sobre eleições e Previdência

Em entrevista concedida a jornalistas em Nova York, onde tem agenda com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) mostrou dúvidas sobre as possibilidades de se aprovar a reforma da Previdência. Para ele, para se tornar viável, o avanço da proposta na casa legislativa demandará “muito diálogo”. O deputado acredita que a missão “não é fácil”, e será preciso construir uma base de “pelo menos 320, 330 deputados”. Para isso, será preciso “muito diálogo e envolvimento de outros políticos, inclusive governadores”. No último caso, a deterioração fiscal dos Estados, com alguns deles não conseguindo pagar décimo-terceiro salário de servidores, pode levá-los a um envolvimento maior na articulação.

O deputado aproveitou para minimizar um possível desconforto com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com quem recentemente trocou farpas em busca de protagonismo no cenário eleitoral, e negou que seja pré-candidato à Presidência da República. “Eu não estou preocupado com eleição. Se eu estivesse, estaria ouvindo muitos dos meus amigos dizendo que eu não deveria manter a votação [da reforma da Previdência]“, disse. Maia também mostrou ceticismo quanto a uma possível vitória do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e defendeu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa se candidatar para ser derrotado nas urnas.

Bolsonaro nega apoio à reforma

Em entrevista concedida na última sexta-feira (12) ao programa RedeTV News, o deputado e pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que o atual texto da reforma da Previdência não será aprovado e voltou a dizer que não votará favoravelmente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição). “Eu não posso simplesmente levar à miséria os aposentados no futuro, ou praticamente impedi-los de aposentar por uma exigência do mercado financeiro”, disse. “Essa que estão propondo aí, repito, não será aprovada, não contará com meu apoio e ainda dará munição para a esquerda crescer nas eleições”. Bolsonaro também defendeu a privatização da Petrobras, desde que o governo mantenha uma golden share, ação com poder de veto, na companhia petroleira. “De acordo com o modelo de privatização da Petrobras, você pode ser favorável a isso”, afirmou o parlamentar. Além da golden share, ele disse que é importante observar a origem do capital de quem assumirá o controle da estatal. O deputado, que admite ter pouco conhecimento de economia, disse que o economista Paulo Guedes, seu assessor na área, será o “artífice” das propostas econômicas em sua plataforma de governo.

Lemann acena a Huck

Mesmo após se declarar fora da disputa presidencial, o apresentador de televisão e empresário Luciano Huck segue recebendo apoio de nomes relevantes do universo econômico. Conforme conta a coluna Radar, do site da revista Veja, um dos maiores entusiastas da improvável candidatura é Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do Brasil.

Preliminares do julgamento de Lula esquentam ambiente político 
Nove dias antes de sessão que julgará recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Sergio Moro no âmbito da operação Lava Jato, o julgamento em segunda instância já está provocando as mais diversas repercussões. Nesta segunda-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, recebe o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), responsável por analisar decisões vindas de Curitiba. Mais tarde, será a vez do desembargador se encontrar com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também para tratar de questões de segurança durante o julgamento. Ambas as reuniões foram marcadas a pedido de Thompson Flores. Na semana passada, ele relatou a Cármen Lúcia apreensão com ameaças que os magistrados do tribunal têm recebido.

Independentemente de confirmação da sentença da primeira instância no tribunal, o ex-presidente não corre risco de ser preso nesta etapa do julgamento. Isso só poderá ocorrer após análise de todos os recursos apresentados pela defesa. Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo no último domingo mostrou que ao menos 17 réus da Lava Jato já tiveram suas condenações confirmadas no TRF mas ainda não foram presos por conta de recursos ainda pendentes.

Defesa de Lula parte para cima de Sergio Moro

Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a defesa do ex-presidente Lula deverá trabalhar com discurso de que, ao admitir que o tríplex não teria vínculo com contratos da Petrobras, o juiz federal Sergio Moro teria deixado de ser o juiz natural do caso.

A farra das passagens (parte 2)

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que foram desembolsados R$ 7,6 milhões com 1,4 mil viagens oficiais bancadas pela Câmara dos Deputados nesta legislatura. Durante o período, as passagens que mais pesaram foram as internacionais, representando mais de 90% do total. As passagens de missões oficiais são compradas e pagas pela Casa, diferentemente das passagens a que os deputados têm direito mensalmente para voltar às suas bases, que não foram contabilizadas no levantamento.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.