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SÃO PAULO – Nas últimas semanas, parecia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha dado alguma trégua em relação à manutenção do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo. Porém, Lula parece ter voltado a carga, como ficou indicado nos últimos dois dias.
Aliás, o próprio Levy tem dito em conversas reservadas que não ficará muito tempo no governo, mas não quer deixar o cargo como comandante da maior recessão do País, conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo.
Lula, aliás, havia contido o PT nas críticas ao ministro, mas as retomou com força nesta semana. Além dos rumores já abordados sobre as perspectivas ruins também para 2016, a possível menor resistência da presidente Dilma Rousseff ao nome de Henrique Meirelles (que, inclusive, foi um nome reforçado por Antonio Palocci em reunião recente com ela), e a busca em vão por novos nomes de mercado para substituir Levy pela equipe de Lula, o jornal O Estado de S. Paulo destacou hoje novos motivos para Levy voltar a ser alvo do ex-presidente.
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O ex-presidente, de acordo com o jornal, ficou irritado com os vazamentos de dados do Coaf (subordinado à Fazenda) sobre movimentações financeiras dos ex-ministros Antonio Palocci, Erenice Guerra e Fernando Pimentel. Ele ficou furioso com o fato da Receita Federal ter recomendado ao Ministério Público a quebra dos sigilos bancário e fiscal de uma das firmas de seu filho Luís Cláudio.
“A portas fechadas, o ex-presidente continua dizendo que Levy está com prazo de validade ‘vencido’ porque não consegue entregar o que prometeu, não tem plano para o pós-ajuste e não controla órgãos ligados à Fazenda, como o Coaf e a Receita”, informa o jornal.
Porém, a presidente Dilma ainda resiste e se esforça em mostrar que não passam de “boatos” as “informações” de bastidores da queda do ministro e que o Palácio do Planalto está firme no propósito de mantê-lo no cargo. Inclusive, o cerco a Levy e as movimentações de Meirelles junto a lideranças políticas, numa tentativa do ex-presidente do BC para se cacifar ao cargo tem incomodado a presidente, que acredita que este não é o momento para a troca.
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A presidente, que tem restrições, inclusive pessoais, a Meirelles, não fez, no entanto, nenhum gesto ou sondagem na sua direção, asseguram fontes ao Estadão.
E, apesar do tiroteio, Levy não deu demonstrações de estar abatido com a nova onda de frituras, porém novos ingredientes foram incluídos no jogo: segundo a “Folha de S. Paulo”, além do grupo ligado ao ex-presidente Lula, aquecem a frigideira que tosta Levy os adeptos do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, tido também como pretendente ao cargo.
Conforme informa o jornal, apesar de se sentir isolado, Levy tem recebido da presidente sinalizações de que mantém o apoio à sua política de ajuste fiscal como passo essencial para garantir a retomada do crescimento da economia brasileira. E também há outro motivo para que ele se mantenha no cargo: aprovar um Orçamento da União para 2016 que garanta superávit primário.
Enquanto isso, integrantes do grupo de Lula avaliam que a presidente só aceitará Meirelles quando a situação econômica piorar ainda mais. Por enquanto, Dilma segue dando aval ao ministro. Conforme ressalta a consultoria de risco político Eurasia, a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda deve ocorrer no 1º semestre de 2016 após aprofundamento da atual
crise política e econômica.