Lula se diz alvo de perseguição política e afirma que “vencerá no final”

Segundo o advogado de defesa do ex-presidente, o "comportamento tendencioso de Sérgio Moro em uma cruzada contra Lula é absurdo" e "talvez fosse apropriado para um promotor, mas não para um juiz"

Mário Braga

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SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira ser alvo de perseguição política por conta das acusações que enfrenta na Justiça, mas afirmou confiar nas instituições brasileiras e que, por isso, vencerá no final. “A justiça prevalecerá e nós vamos ganhar”, afirmou, em videoconferência durante uma entrevista coletiva realizada por seus advogados no Clube de Imprensa de Genebra, nesta quarta-feira (16).

“Hoje, estranhamente, eu estou sendo vítima não de um processo jurídico, mas de uma perseguição política”, disse o petista no vídeo. A defesa do ex-presidente entrou com uma reclamação junto à Organização das Nações Unidas (ONU) contra o que afirmam ser violações dos direitos humanos do ex-presidente.

Segundo Lula, estão tentando criminalizar a ele e ao Partido dos Trabalhadores com o objetivo de evitar que ele tenha condições de ser candidato à presidência da República em 2018. Segundo o ex-presidente, o processo contra ele é de “mentiras, mentiras, mentiras”.

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Lula disse ser vítima de um “conluio entre imprensa, setores da Polícia Federal e setores do Ministério Público, que tem a anuência de um juiz”, afirmou, em uma referência indireta ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da operação Lava Jato. Em outro trecho de sua fala, o petista afirma que o processo não é endossado por todo o Judiciário brasileiro, mas, argumenta novamente, por “um juiz”. Lula nega as acusações e disse nesta quarta ter confiança nas instituições brasileiras, entre elas no Judiciário.

A íntegra da coletiva de imprensa, com a fala do ex-presidente, foi transmitida ao vivo pela página dele no Facebook e pode ser assistida aqui.

Processos
Lula é réu em três ações penais, duas ligadas à operação Lava Jato e uma à operação Janus. O processo da Janus corre na Justiça Federal do Distrito Federal, assim como a ação penal em que Lula é acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. O terceiro processo corre na Justiça Federal do Paraná, sob o juiz Sérgio Moro, alvo de duras críticas do ex-presidente e de seus advogados na entrevista coletiva em Genebra.

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O advogado especialista em direitos Geoffrey Robertson, que representa o ex-presidente, chegou a mostrar aos jornalistas estrangeiros uma revista brasileira com a foto de Moro na capa e criticou a atuação do magistrado. “Nenhum juiz na Europa ou em nenhum país civilizado se comportaria assim, em uma cruzada contra Lula”, afirmou.

Segundo o advogado, tal comportamento “talvez fosse apropriado para um promotor, mas para um homem, sob o sistema particularmente primitivo do Brasil, se tornar o juiz do julgamento sem o júri, é absurdo”, disse.

Na segunda-feira (21), começam as primeiras audiências de testemunhas de acusação no processo contra Lula em Curitiba, entre elas o ex-senador Delcídio do Amaral, ex-aliado que tem acusado o ex-presidente de ter conhecimento das irregularidades na Petrobras apuradas pela Lava Jato.

(com Reuters)

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