Lula promete ampliar investimentos na Embrapa: “É a mãe da tecnologia brasileira”

O presidente participou de uma cerimônia de celebração pelos 51 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e defendeu mais investimentos na companhia

Fábio Matos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, em 01/02/2024 (Foto: Adriano Machado/Reuters)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, no início da tarde desta quinta-feira (25), de uma cerimônia em celebração pelo aniversário de 51 anos de fundação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

Lula marcou presença em um evento realizado na sede da empresa, em Brasília, o “Embrapa 50+”, que vai até sábado (27). Além do presidente da República, participaram da cerimônia os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).

Em seu discurso, Lula destacou a importância histórica da Embrapa para o país, em suas mais de cinco décadas de atuação, e prometeu ampliar os investimentos do governo federal na companhia.

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“A Embrapa virou a mãe da tecnologia brasileira. Ela serve de modelo para muitos países do mundo”, afirmou Lula. “A gente tem que incluir a Embrapa nas minhas viagens internacionais, para que possamos divulgar o centro de excelência que temos neste país e que muitas vezes não consegue fazer uma pesquisa porque falta dinheiro”.

Em janeiro, o InfoMoney revelou que um dos maiores símbolos do Brasil está próximo de uma crise sem precedentes. Um documento ao qual o IM Business teve acesso mostrava que a Embrapa tem enfrentado obstáculos para desenvolver suas atividades, as mesmas que colocaram o país na vanguarda da produção agropecuária tropical do mundo.

“Eu tenho mais 2 anos e 8 meses de governo e quero que vocês saibam que não é bondade minha. É o reconhecimento do que a Embrapa significa para este país. O que a gente precisa calcular é que cada centavo que colocamos na Embrapa retorna para este país em milhares de reais que se transformam em dólares e tornam o país o maior exportador do que quiser”, afirmou o presidente.

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Lula também criticou o fato de a Embrapa não ter recebido a visita de nenhum presidente da República nos últimos 14 anos – o último havia sido o próprio Lula, em 2010.

“Fazia 14 anos que não vinha um presidente da República visitar a Embrapa. Eu não consigo entender como você tem o mais importante centro de produção de conhecimento do país na área agrícola e você passa 14 anos sem ter um presidente da República visitando isso aqui”, disse. “A Embrapa significa produção de alimento. E produção de alimento significa acabar com a fome neste país”.

“Transformação ecológica”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discursou antes de Lula e afirmou que a Embrapa terá uma contribuição decisiva no processo de “transformação ecológica” por que passa o Brasil.

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“Um dos desafios do Brasil é promover a maior e melhor transformação ecológica, que dará ao país a condição de se reindustrializar e viver dias melhores no futuro próximo. Para isso, nós precisamos muito da colaboração da Embrapa, que detém uma tecnologia acumulada ao longo de décadas”, disse Haddad.

“Eu tenho certeza de que a repercussão disso não será apenas para o agronegócio, mas também para a agricultura familiar e a agroindústria. Colocará o Brasil na dianteira do mundo desenvolvido em relação a um tema tão premente quanto a transformação ecológica, que não é inimiga do desenvolvimento. Ao contrário, ela patrocina o desenvolvimento e a geração de oportunidades no país”, completou o ministro.

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Acordos de cooperação

Durante a cerimônia, foram assinados seis acordos de cooperação técnica com organismos internacionais, ministérios e outras instituições parceiras da Embrapa. Dois dos acordos têm abrangência internacional: um com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e outro com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

Os outros quatro acordos selaram novas parcerias com o Ministério da Fazenda, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.