Lula pede que ministros não anunciem “absolutamente nada” sem acordo com Casa Civil

Na abertura de reunião com ministros no Palácio do Planalto, presidente diz que sua gestão não pode correr risco de anunciar algo que não vai acontecer

Marcos Mortari

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou, em reunião ministerial nesta terça-feira (14), que nenhum de seus ministros anuncie qualquer política pública antes de acordo prévio com a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa (PT).

Na abertura do encontro com seus ministros no Palácio do Planalto, o mandatário disse que propostas apontadas pelos chefes das pastas precisam ser convertidas em propostas de governo antes de virem a público e disse que sua gestão não pode correr o risco de anunciar algo que não vai acontecer.

“É importante que nenhum ministro e nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil, que é quem consegue fazer com que a proposta seja do governo. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo e só serão transformadas em propostas de governo quando todo mundo souber o que será decidido”, afirmou.

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“Isso é muito importante para manter a unidade do governo, a coesão do governo”, frisou Lula indicando que exemplos seriam apresentados ao longo da reunião, fora do acompanhamento da imprensa, autorizada a transmitir apenas os minutos iniciais do encontro.

Nos bastidores, a fala foi entendida como um recado para, entre outros ministros, Márcio França (PSB), que comanda a pasta de Portos e Aeroportos. Ontem (13), o ministro anunciou o programa “Voa, Brasil”, com intuito de possibilitar a aquisição de passagens aéreas a R$ 200,00 por aposentados, estudantes, servidores públicos e pessoas com renda de até R$ 6,8 mil.

De acordo com a pasta, a estimativa era emitir 12 milhões de passagens por ano. A iniciativa valeria para voos domésticos com assentos disponíveis durante os meses de fevereiro a junho e de agosto a novembro − ou seja, fora de temporada por férias.

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Durante breve discurso de abertura da reunião ministerial no Palácio do Planalto, Lula disse que os ministros “terão todo o apoio” da Casa Civil para evitar erros. “Para que a gente não prometa o que não pode cumprir, para que a gente faça apenas aquilo que está dentro da nossa possibilidade, e se tiver que arriscar alguma coisa, a gente arriscar com viés de acerto acima dos 80%, porque a gente também não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”, afirmou.

“Ninguém anuncie nada, absolutamente nada, que seja novo sem passar pela Casa Civil”, reforçou.

O presidente reforçou que, com 100 dias de governo, haverá uma primeira grande avaliação interna e disse que mesmo o que ainda não foi anunciado será lançado “em breve”. “Nós não temos muito tempo para ficar pensando o que fazer, temos que começar a fazer porque o mandato é muito curto”, declarou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.