Lula pede a Deus por Dilma, Brasil no “fundo do poço” e “tapetão”: as frases da semana

Enquanto a Grécia segue com o seu imbróglio em busca de uma saída para a sua crise, Cunha e a redução da maioridade penal ganharam destaque aqui, assim como as falas de Dilma

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado segue de olho na Grécia, mas o noticiário político brasileiro foi o protagonista das manchetes na imprensa nacional.

Se, por um lado, a Operação Lava Jato segue dando o tom, a manobra para a aprovação da redução da maioridade penal ofuscou o cenário político e até mesmo os apelos pelo ajuste fiscal (e a derrota do governo com a aprovação do reajuste do Judiciário pelo Senado).

Dilma foi aos EUA e trouxe boas notícias de lá, além de elogios do presidente americano Barack Obama, mas também deu algumas derrapadas em suas declarações, ao comparar o mecanismo de delação premiada atual com os tempos da ditadura. Confira as frases que marcaram a semana:

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Dilma nos EUA

“Nós achamos lamentável [o reajuste], até porque é insustentável para um país como o nosso – em qualquer circunstância – dar níveis de aumento tão elevados”
Dilma Rousseff, presidente do Brasil, ao dizer ser “insustentável” o reajuste de até 78% aprovado a servidores do Judiciário nesta terça (30) pelo plenário do Senado. Ela afirmou ainda que esta medida afeta o ajuste fiscal. 

“Eu não respeito um delator, até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em delatora, a ditadura fazia isso com as pessoas”
Dilma Rousseff durante visita aos Estados Unidos, quando questionada sobre as denúncias do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, no âmbito da Lava Jato. Ele apresentou documentos que informava pagamentos totalizando R$ 250 mil através de caixa 2 para a campanha de 2010, enquanto o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, antes tesoureiro da campanha de reeleição petista, teria recebido R$ 7,5 milhões pela UTC para a campanha de Dilma Rousseff em 2014. 

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“Nossa Constituição não autoriza o Presidente a ‘investir politicamente’ contra as leis vigentes, minando-lhes as bases. Caberia à assessoria informar a Presidente que: atentar contra o bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!”
Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF pelo Twitter, ao comentar a declaração de Dilma Rousseff sobre a delação premiada.  

“Ela fez a manifestação e tem todo direito de fazê-la”.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, saindo em defesa da presidente Dilma e disse que as declarações de que ela não respeita delatores é uma “indignação legítima daqueles que são honestos”.

Delação e chantagens…

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“Agora, devo admitir que nunca vi tanta delação. Que elas, todas elas, tenham sido espontâneas”.
Marco Aurélio, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ao dizer que o objetivo maior dos delatores é “salvar a própria pele” ou amenizar uma pena futura.

“Essas prisões são decretadas como exceção, sempre fundamentadas no que diz a legislação brasileira”.
Sérgio Moro, juiz responsável pela Operação Lava Jato, ao dizer que as prisões realizadas durante a operação são “exceção” e “fundamentadas”.

Há ali, explicitado por ele, uma clara chantagem. Ou ele aumentava as doações ao PT e a campanha da presidente da República, ou ele não continua com suas obras na Petrobras”
Aécio Neves, senador pelo PSDB-MG, ao anunciar na última terça-feira que os partidos de oposição entrarão com representação na Procuradoria-Geral da República por crime de extorsão contra Dilma e Edinho Silva.

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“Quando nos deparamos com este enorme, descomunal, caso de corrupção, a instituição já não era a mesma daquela de dois anos atrás. As mudanças estruturais realizadas nos permitiram enfrentar a questão com profissionalismo e maturidade”.
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, ao falar sobre a corrupção na Petrobras e defendeu que o Ministério Público precisa ter maior independência investigativa em relação à Polícia Federal.

Também se falou muito sobre Dilma (e sobre economia)

“Confio nela”
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, durante encontro com Dilma. O americano disse que o Brasil é um ator global e “parceiro absolutamente indispensável” para enfrentar desafios mundiais.

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“Peço a Deus todos os dias que Dilma não perca a tranquilidade”
Lula, ex-presidente, em plenária chamada “Defender a Petrobras é defender o Brasil” nesta sexta-feira. Ele ainda apresentou defesa sobre a Petrobras: “Se alguém de dentro ou de fora fez alguma sacanagem, ou roubou a Petrobras, essa pessoa que pague. E que os trabalhadores da Petrobras não sejam punidos”.

“Não chegamos ao fundo do poço. Espero estar errado, mas analiticamente não estamos nem perto disso”.
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e um dos assessores econômicos do candidato derrotado no ano passado Aécio Neves, também em entrevista à Folha, destacando um cenário bastante negativo para o Brasil.  

“Entretanto, você acha que o problema da Petrobras hoje é de petróleo?”
Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, questionando comentário de repórter de que sua antecessora, Graça Foster, teria dito nos bastidores que ele não entendia nada de petróleo.

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Pesquisas no radar

“Não comento pesquisa. Nem quando sobe, nem quando desce”
Presidente Dilma, durante visita aos EUA, limitando a esse comentário após o CNI/Ibope, em que ela apareceu com 9% de avaliação ótimo/bom, repetindo a estratégia adotada durante a campanha do ano passado.

“O que está acontecendo, acredito, é algo inédito no mundo: a popularidade da presidente caminha para ser menor que a própria inflação”.
Aécio Neves, após a pesquisa CNI/Ibope mostrar que apenas 9% da população avalia o governo Dilma Rousseff (PT) como bom ou ótimo.

“Para que o Brasil tenha o seu sofrimento abreviado, renuncie, Dilma Rousseff”.
Cássio Cunha Lima, senador (PSDB-PB), comentando a pesquisa Ibope e afirmando que não se pode dizer que existe governo. 

O “tapetão” e a maioridade penal

“Se a Câmara hoje fosse o Brasileirão, o presidente da Câmara seria o Fluminense”.
Deputado Paulo Pimenta (PT – RS), sobre a manobra de Eduardo Cunha para colocar em votação o texto da maioridade penal um dia depois dele ser reprovado na Câmara. Com algumas mudanças no texto (e mudança de posição de alguns deputados), a redução da maioridade penal para crimes hediondos foi aprovada. 

“Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”.
Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF pelo Twitter, criticando a “pedalada regimental” de Cunha e dizendo que ela fere o artigo 60, parágrafo 5º da Constituição brasileira.

“Pois é, rapaz. Sinceramente, não sei o que aconteceu. Assumo que vacilei”.
José Luiz Penna, presidente do PV e deputado federal, ao dizer que se confundiu sobre a votação no Congresso e ter votado a favor da redução da maioridade penal por engano. Na segunda votação, ele votou contra a mudança. 

“Não podemos ter uma Casa de leis em que as votações só terminam quando é aprovado o que o presidente quer. Isso não é democracia”
Deputado Alessandro Molon (PT-RJ), contrário à aprovação da emenda que reduziu a maioridade penal.

“No grito, Cunha pretende impor sua vontade, como imperador fosse, desrespeitando frontalmente nossa Constituição Cidadã”.
Deputado Jean Willys (PSOL-RJ), em referência a Eduardo Cunha

 “O Supremo no máximo analisa a constitucionalidade ou não do produto acabado, que é a lei final. Mas é direito de todos questionar a decisão, faz parte da democracia”.
Cunha, ao comentar a intenção de deputados de entrar com mandado de segurança no STF contra a forma como a proposta de redução da maioridade penal foi aprovada pelo Plenário.

 “Não é manobra. É um caminho legítimo que permite discutir a matéria com base nas partes do texto que não foram deliberadas pela Casa. Emendas não deliberadas podem ser aglutinadas em um texto”.
Deputado Mendonça Filho (DEM-PE), confirmando a possibilidade de aglutinar emenda em cima do texto remanescente nos casos em que o substitutivo é rejeitado. 

“A mudança [redução da maioridade penal para crimes hediondos] é necessária e importante. Pode ser por proposta de emenda constitucional, como votada ontem [na madrugada de quinta-feira], ou a mudança do ECA. Ambas são legítimas e necessárias”
Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, defendendo a aprovação da redução da maioridade penal. 

Alternativas à vista, e o TCU no radar

“É uma decisão técnica, não há decisão política.”
Augusto Nardes, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), relator do processo que avalia as contas de Dilma, voltando a defender parâmetros técnicos sobre o assunto.  

 “Temos que discutir o parlamentarismo no Brasil, e rápido”.
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, voltando a defender o parlamentarismo como a solução para a crise atual. Ele espera obter um acordo para colocar a proposta em votação antes de 2017.

“Michel Temer entrou para melhorar esta articulação política e está claramente sendo sabotado por parte do PT. Acho que deveria deixar a articulação política”
Eduardo Cunha, ao dizer que o vice-presidente da República Michel Temer tem que deixar a articulação política do governo assim que for concluída a votação de matérias sobre o ajuste fiscal. 

“Não sei se fechar o Congresso, eu não me referi ao Congresso Nacional, mas quem sabe? Do jeito que as coisas estão acontecendo, que a gente está assistindo, talvez o caso, eu não sei”. 
Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, durante a CPI da Petrobras, causando confusão no Plenário. Ele também fez acusações contra o ex-presidente Lula. 

E a Grécia segue no jogo! Gross também…
 

“A Grécia não deve cometer suicídio por medo de morrer”
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, antes do default de 1,6 bilhão de euros da Grécia, ao defender uma solução para o país dentro da zona do euro. 

“Que todo mundo entenda: o que está em jogo não é a saída da Grécia da zona euro, mas saber se – sob chantagem – estávamos dispostos a aceitar o acordo insustentável que nos ofereceram”
Alexis Tsipras, em pronunciamento transmitido por um canal de televisão na sexta-feira, na reta final da breve campanha para a consulta popular de domingo.

“Considerando onde estamos, minha suspeita é que seria muito mais preferível ver um movimento deliberado a caminho de reformas para que isso seja acompanhado pelo outro lado da balança”
 Christine Lagarde, líder do FMI (Fundo Monetário Internacional), sugerindo que a Grécia deveria caminhar para reformar sua economia antes de os credores europeus aliviarem sua dívida.

“Eu só queria administrar o dinheiro e ficar famoso”
O rei dos bonds Bill Gross, gestor de fundos na Janus Capital Group e ex-Pimco, ao dizer, em entrevista à Bloomberg, que nunca teve muito interesse na rotina cotidiana de gerir pessoas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.