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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse a Frederico de Siqueira Filho no cargo de ministro das Comunicações na manhã de quinta-feira (24).
Frederico dirigia a Telebrás e sua indicação pelo União Brasil foi apresentada ao presidente Lula pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o ex-ministro Juscelino Filho e o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes, em reunião realizada na tarde da quarta (23) no Palácio do Planalto.
O encontro de ontem também contou com a presença da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Siqueira Filho é formado em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco e apresenta um perfil técnico, com uma trajetória profissional na área. De acordo com a Telebras, ele possui mais de 26 anos de experiência no setor de telecomunicações e tecnologia da informação, sendo 21 deles dedicados à Oi.
Durante esse tempo, ocupou posições de liderança em setores como Operações, Planejamento, Regulatório Institucional e Comercial. Além disso, conforme informações do órgão, Siqueira tem conhecimentos em Administração, Ciências Políticas, Comunicação e em diversas áreas de Gestão, incluindo Gestão de Crises, de Terceiros e de Projetos.
O comando do ministério estava vago há duas semanas, desde o dia 8 de abril – quando Juscelino Filho (União-MA), hoje ex-ministro, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas irregularidades em emendas.
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Num primeiro momento, a indicação do União Brasil foi por Pedro Lucas Fernandes (MA), que rejeitou o convite.
Havia pesado pela permanência de Pedro Lucas o clima de instabilidade no partido caso abrisse do atual cargo na Casa legislativa e a dúvida dentro da própria legenda se o governo deveria se manter mais próximo ou não do governo.
Esta é a décima mudança na Esplanada desde o início do terceiro mandato de Lula. Siqueira Filho entrará no posto ocupado anteriormente por Juscelino Filho, que deixou a pasta após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção com o suposto desvio de emendas parlamentares.
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Alcolumbre como interlocutor
Alcolumbre foi escalado para ser o principal interlocutor em torno da indicação do ministro das Comunicações. Ele já tem como ministro de sua cota o chefe da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Integrantes do partido afirmam que a decisão de Alcolumbre foi apresentar a Lula o nome de um técnico e não de um político de carreira, para ocupar a pasta. Pela lei eleitoral vigente, todos que pretendem ser candidatos no ano que vem precisarão deixar os cargos seis meses antes da eleição (ou seja, em abril do ano que vem).
Na avaliação de congressistas do União Brasil, a indicação do atual presidente da Telebras para o Ministério das Comunicações não deve mudar a correlação de forças na bancada em favor do governo. Parlamentares argumentam que o formato de articulação política está esgotado e que a bancada vai continuar votando em favor apenas daquilo que considerar “o melhor para o País”.
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Nesta semana, após a recusa de Pedro Lucas, o governo cogitou reavaliar o espaço do partido na Esplanada. Porém, integrantes da gestão defenderam cautela e manter a pasta para a sigla para evitar uma nova crise com congressistas. Na Câmara, o União Brasil conta com 59 deputados federais.
Além disso, ministros minimizam impactos do episódio com Pedro Lucas para o governo. Na avaliação deles, o que impediu o deputado de assumir a função não foi o governo ou a articulação política da gestão, mas o próprio União Brasil.
“Deixou claro que há um racha no partido e que Rueda não quer perder liderança”, pontuou uma fonte. Para tais interlocutores, foi melhor para a gestão federal o recuo de Pedro Lucas do que a chance de correr o risco com uma possível liderança de caráter de oposição do União Brasil na Câmara.
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(com Estadão Conteúdo)