Lula nas mãos de Moro, fala de Janot e Datafolha: governo não para de receber más notícias

Governo tem novas más notícias, com Lula voltando a ficar sem foro privilegiado pelo menos até a próxima semana; Datafolha apontou maior apoio para o impeachment

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A LCA Consultores destacou o fim de semana com notícias nada positivas para a presidente Dilma Rousseff e para o seu governo. 

A primeira notícia negativa foi a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes suspender a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ministério da Casa Civil, na última sexta-feira, com o julgamento no Plenário do Supremo ocorrendo na semana pós-Pascoa. 

Até lá, Lula volta a ficar sem foro privilegiado e continua sendo investigado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância de Curitiba. Dilma esperava que a participação de Lula em seu governo ajudaria a bloquear o impeachment no Congresso e também poderia ser importante no processo de recuperação da confiança dos agentes em seu governo”, afirma a LCA Consultores. 

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A segunda má notícia foi sobre os comentários do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre as escutas telefônicas de Lula e a sua divulgação. Esses procedimentos, afirma o procurador, não desrespeitaram a Constituição Federal a princípio, uma vez que o alvo era Lula, que até então poderia ser investigado por um juiz de primeira instância. “Esses comentários de Janot vão de encontro à visão dos advogados governistas que entendem que houve descumprimento da Constituição Federal. Entretanto, Janot está em sintonia com o posicionamento do STF que até o momento não condenou [publicamente] as escutas, nem sua divulgação”.

Em terceiro lugar, na sexta-feira, a OAB nacional decidiu por ampla maioria apoiar o processo de impeachment, apesar dos apelos do Advogado Geral da União, Ministro José Eduardo Cardozo. “Assim, cresce entre as entidades de classe o apoio ao afastamento de Dilma”.

Por fim, o Datafolha…
Por fim, mas muito importante, esteve a divulgação do Datafolha, cuja pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 18 de março. Segundo este levantamento, 68% dos eleitores são favoráveis ao impeachment de Dilma, um crescimento de oito pontos percentuais desde fevereiro. Quando Fernando Collor caiu, o apoio ao impeachment era de 71%.

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Entre as razões apontadas pela consultoria, estão as denúncias do senador Delcidio do Amaral, as manifestações contra Dilma, a revelação das escutas telefônicas de Lula e a sua nomeação como Ministro da Casa Civil do governo Dilma. “Esse aumento do número de pessoas que querem a saída de Dilma tende a pressionar o Congresso Nacional, em especial os parlamentares dos partidos que ainda estão na base governista. Assim, ganha relevância a fala do ex ministro e aliado de Temer, Moreira Franco, para que o partido desembarque da base na convenção marcada para o próximo dia 29. Os senadores do PMDB como Romero Jucá e Eunicio de Oliveira também apoiam o rompimento com o governo”.

“Este posicionamento majoritário da opinião pública pela saída de Dilma certamente reforçará a estratégia da oposição de dar quórum na Câmara dos Deputados em dias que não costumam ter sessões”. afirma. Adicionalmente, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que, se a Câmara aprovar por dois terços o pedido de abertura do processo de impeachment, a tendência será o Senado referendar essa decisão.

Manifestações pró-governo
Uma notícia positiva poderia ser a de manifestações a favor da presidente Dilma. Porém, especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliam que os atos mostraram uma reação aos protestos anti-Dilma promovidos no último domingo (13), mas ainda não são suficientes para garantir tranquilidade ao governo. Desta forma, o cenário continua de tensão. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.