Lula fala sobre crise aérea, aborto, violência e greve no setor público

Em entrevista coletiva oficial, o presidente se posiciona sobre temas polêmicos do início do segundo mandato

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta terça-feira (15) a primeira entrevista coletiva de seu segundo mandato, abordando os temas mais comentados nos últimos dias em território nacional. Lula falou sobre as eleições de 2010, greves no setor público, aborto, crise aérea, violência e juros.

Lula respondeu a 15 jornalistas credenciados na Presidência da República. O presidente não se recusou a responder nenhuma pergunta. A entrevista durou cerca de duas horas e, ao final, assessores da presidência afirmaram que esta não foi a primeira coletiva do presidente no segundo mandato, pois ele já concedeu 44 neste mandato. Esta apenas foi a primeira no formato oficial, segundo os assessores.

O presidente não se posicionou quanto ao possível apoio à candidatura de Aécio Neves para a presidência em 2010, mas afirmou esperar que a base do governo tenha um candidato único ao cargo, na esperança de ter um sucessor ao seu posto. O presidente negou que tenha diminuído o espaço para membros do PT em cargos do primeiro escalão do governo, mesmo tendo substituído membros de seu partido por outros da base aliada.

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Temas polêmicos

Dentre os temas abordados pelo presidente, podemos destacar os seguintes:
Aborto: Tema motivo de polêmicas e especulações durante a última visita do papa no Brasil, Lula assume uma posição contra o aborto em sua opinião pessoal, mas que como chefe de Estado ele acredita que o assunto deve ser tratado como questão de saúde pública.

Violência: O presidente ressalta que esta é uma questão que deve ser primordialmente tratada pelos governos estaduais e que o governo federal só intervém quando solicitado. Lula ainda admitiu que nenhum governo conseguirá resolver o problema da violência e do aumento da criminalidade em curto prazo.

Greve: Lula se mostrou a favor do projeto elaborado pelo governo para regulamentar a greve no país e negou que esteja querendo proibir as greves. Lula criticou greves prolongadas, classificando-as como férias, e também criticou a greve dos servidores do Ibama, dizendo que a separação das áreas do Ibama é uma forma de modernização.

Crise Aérea: Segundo o presidente, ainda é cedo para apontar culpados pela crise iniciada com a colisão entre o Boeing da Gol e o jato Lgacy em 2006, porém reconheceu que o sistema aéreo ultrapassado deu margem à potencialização da crise no setor.