Lula fala em erros de Dilma, grande poder de Cunha e troca de ministros na TV

Sobre os boatos de que ele está tentando trocar o ministro da Fazenda Joaquim Levy, pelo ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, Lula se defendeu e desconversou

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na noite desta quarta-feira (18) foi ao ar no GloboNews uma entrevista do jornalista Sérgio D’Avila com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o petista falou um pouco sobre o trabalho de Dilma, os rumores de mudança de ministros e ainda criticou o trabalho da Câmara dos Deputados.

Sobre os boatos de que ele está tentando trocar o ministro da Fazenda Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Lula se defendeu e desconversou. “Eu não quero tirar o Levy nem quero colocá-lo. O ministro da Fazenda é um problema da presidenta Dilma”, disse ele. “Somente Dilma sabe. Eu estou vendo muito boato, muita bobagem”, completou.

Sobre o tempo que ficou sem dar entrevista, ele afirmou: “Um ex-presidente precisa tomar muito cuidado para não dar palpite. É como se o ex-marido fosse aconselhar o novo marido como ele tem que cuidar da mulher”.

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O ex-presidente também comentou sobre as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal para corrigir as contas públicas. Para Lula, a presidente Dilma “está certa” ao propor o ajuste, mas criticou o fato de o Congresso ainda não ter aprovado o pacote. “A Dilma está certa em fazer o ajuste. O que está errado é que está demorando demais. E não é culpa dela. Nós temos uma crise política muito séria, há uma confrontação de um ano entre Legislativo com o Executivo”, afirmou.

“Eu acho que tem uma crise política. […] me parece que com a Câmara, o [Eduardo] Cunha tem um poder muito grande. Os líderes partidários não têm a força que parecem ter. Os presidentes não mandam mais nos partidos, os líderes também não”, disse o ex-presidente.

Lula voltou a dizer que o governo Dilma cometeu erros. Entre eles, o fato de a presidente ter dito que não tomaria medidas durante a campanha eleitoral e, após detectar a crise econômica, ter adotado tais medidas. “Nós cometemos erros. […] Ela [Dilma] percebeu que estava saindo mais água da caixa do que entrando. Daí a contradição do discurso da campanha com o que ela está fazendo. Mas ela teve o compromisso de manter [o ajuste]”, defendeu.

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Lula foi questionado por D’Avila sobre se aceitaria sentar-se com lideranças políticas de partidos de oposição e com ex-presidentes para discutir saídas para a crise política e econômica do país. Para ele, porém, é preciso saber se estas lideranças podem falar em nome dos partidos e se o governo está aberto para receber sugestões destas pessoas.

“[Irei] Se um dia a presidenta Dilma tiver o interesse em chamar os ex-presidentes, chamar as lideranças […] se tiver assunto para conversar e a presidente disser que vai convidar os ex-presidentes”, afirmou. Lula insistiu que não opina nas decisões tomadas por Dilma e afirmou que não quer “ficar dizendo o que ela tem que fazer”.

O ex-presidente ainda foi indagado sobre se aceitaria fazer um debate com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula negou e disse que “que quem tem que fazer debate é o Aécio [Neves] e a Dilma”, enfatizou.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.