Lula diz que governo não pode deixar sobrar dinheiro destinado a investimentos

Fala do presidente foi feita na abertura de uma reunião com ministros da área de infraestrutura; Haddad também participa do encontro

Equipe InfoMoney

Publicidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (3), que os ministérios de seu governo não podem deixar sobrar recursos destinados a investimentos.

“Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é o dinheiro do Tesouro. Mas para quem está na presidência, dinheiro bom é dinheiro em obras, em estradas, em escolas”, afirmou.

A fala, que ocorre em um momento em que se discute a possibilidade de mudança na meta de zerar o déficit primário no ano que vem, foi feita na abertura de uma reunião com ministros da área de infraestrutura no Palácio do Planalto, que contou também com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citado nominalmente no início do encontro por Lula.

Continua depois da publicidade

Para o próximo ano, as despesas discricionárias, que são aquelas em que o governo tem algum poder de decisão sobre a execução, e que incluem programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e investimentos em obras que constam na lista do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estão orçadas em R$ 211,9 bilhões.

Enquanto alguns parlamentares e aliados do presidente temem o bloqueio de despesas em pleno ano eleitoral, outra parte entende que uma mudança na meta meses após a aprovação da nova regra fiscal seria uma sinalização ruim aos agentes financeiros.

Na terça-feira (31), após reunir deputados da base aliada na sede do Poder Executivo, Lula defendeu a manutenção da previsão de despesas contidas na peça orçamentária enviada pelo governo ao Congresso, e afirmou a interlocutores que não cortará nem uma vírgula do Orçamento de 2024.

Continua depois da publicidade

Na semana passada, Lula afirmou a jornalistas que “dificilmente” a meta de zerar o déficit nas contas públicas em 2024 será cumprida, uma vez que o governo não pretende cortar investimentos para atingi-lo. A fala fez aumentar a tensão entre alas do governo favoráveis e contrárias ao objetivo fixado pelo ministro Fernando Haddad no início do mandato.

Na visão do presidente, uma contenção de despesas demonstraria descompromisso do governo com as obrigações assumidas, principalmente na área social. Nas contas apresentadas por Lula aos deputados na ocasião, o governo lançou ou retomou 47 programas sociais neste ano, e um corte orçamentário poderia colocá-los em risco.

(Com Reuters)