Lula diz que Estado pode ser indutor de crescimento e que bancos públicos são alternativas

Presidente defendeu a possibilidade de oferta de crédito com juros mais baixos a longo prazo para o setor industrial

Equipe InfoMoney

Presidente Lula fala com a imprensa durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o governo federal não venderá ativos públicos, mas fará com que eles se tornem competitivos e compartilhem relação com a iniciativa privada. Ao enaltecer a importância do Estado e dizer que ele pode ser um indutor do crescimento, Lula disse que o governo irá utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para trazer alternativas.

Na avaliação do presidente, não é preciso diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. O presidente prometeu também que o governo vai garantir estabilidade política, social, jurídica e fiscal aos investidores. Segundo ele, se o Estado se colocar como “indutor de desenvolvimento de um país”, é possível ter o Estado “fazendo investimento sadio para a gente crescer”, disse.

“Tenho fé em Deus e tenho fé no nosso governo que nós vamos utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para oferecer alternativas e oportunidades de crédito a juros mais baratos, de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme definitivamente numa indústria competitiva”, disse Lula, em fala na abertura do 6º Brasil Investment Forum – BIF 2023 nesta terça-feira, 7, no Palácio do Itamaraty. “No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para a gente dormir no chão, a gente não vai vender ativos públicos, vamos fazer com que eles se tornem tão competitivos e que compartilhem relação com iniciativa privada para que a gente possa melhorar”, destacou.

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Lula deu o exemplo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já reteve mais recursos para investimentos e que, no governo passado, foram devolvidos ao Tesouro Nacional. “[O BNDES] vai voltar a a ser um banco de investimento e desenvolvimento para que possa restabelecer a possibilidade de emprestar dinheiro a taxa de juros baixos e de longo prazo.”

O chefe do Executivo comentou que os Estados Unidos estão tentando subsidiar a chamada indústria verde para financiar uma nova matriz energética. “Nós não vamos subsidiar, vamos apenas incentivar e, se depender da vontade do governo, quem quiser fazer investimento para produzir carro verde, bicicleta verde, carne verde, não precisa procurar, tem um lugar chamado Brasil”, afirmou.

Em fala direcionada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, Lula questionou: “Ao invés de 600 e pouco bilhões de dólares de comercio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?”

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No acumulado do ano até outubro, o Brasil já acumula US$ 80,2 bilhões de saldo na balança comercial, e US$ 484,7 bilhões de corrente comercial, segundo dados do MDIC. A previsão é de que, ao final do ano, a corrente alcance o patamar de US$ 575,3 bilhões.

Brasil Investment Forum

O presidente participou na manhã desta terça-feira, no Palácio do Itamaraty, da abertura da sexta edição do Brasil Investment Forum, evento sobre as oportunidades no Brasil para investidores estrangeiros. O fórum é uma parceria entre o governo federal, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Lula foi acompanhando de um time de ministros, entre os quais, os da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; do Meio Ambiente, Marina Silva; da Agricultura, Carlos Fávaro; e da Casa Civil, Rui Costa.

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O evento ocorre hoje e amanhã (8), e a programação inclui painéis temáticos sobre a diversidade de iniciativas que podem atrair investimentos para o país. Os temas em discussão abrangerão transição energética, desenvolvimento sustentável, inovação e tecnologia, agronegócio e negócios de impacto.

(Com Agências)