Lula confirma Haddad na Fazenda, Rui Costa na Casa Civil e outros 3 ministros

Anúncios confirmam expectativas dos últimos dias; outros nomes deverão ser comunicados na próxima semana

Marcos Mortari

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou, na manhã desta sexta-feira (9), os primeiros nomes de ministros que integrarão seu governo a partir de 1º de janeiro de 2023. O movimento ocorre em meio a um alto nível de ansiedade no mundo político e entre agentes econômicos por sinalizações mais claras sobre a próxima gestão.

Entre os confirmados estão o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Fazenda; o atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil; o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), para o Ministério da Justiça e Segurança Pública; José Múcio Monteiro, ex-presidente do Tribunal de Contas da União, para o Ministério da Defesa; e o embaixador Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores.

“Esses companheiros são aptos, são pessoas da mais extraordinária qualificação e qualidade para exercer as funções que lhes foram delegadas”, afirmou o presidente eleito durante o anúncio, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de transição, em Brasília.

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Os nomes anunciados confirmam o que indicavam as bolsas de apostas nos últimos dias.

Inicialmente, Lula havia sinalizado que somente tornaria públicos os nomes dos futuros ministros após a diplomação de sua chapa, com o vice, Geraldo Alckmin (PSB), marcada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a próxima segunda-feira (12).

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Aliados, no entanto, dizem que a antecipação ocorreu em meio às altas expectativas em relação a sinalizações do futuro governo. Durante a coletiva de imprensa, Lula justificou a mudança com a necessidade de os escolhidos iniciarem a organização de suas futuras pastas.

“Eu tomei a decisão porque é preciso que algumas pessoas comecem a trabalhar para montar o governo e criar condições para [que] a nossa estrutura, depois do dia 1º, comece a funcionar”, disse.

Segundo o presidente eleito, um novo conjunto de ministros deverá ser anunciado após a diplomação e ao longo da semana que vem. Lula disse que, “possivelmente no domingo”, terá uma conversa para determinar a quantidade de ministérios e secretarias de seu governo.

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“Esses [anunciados hoje] já estão definidos, não têm mudanças, não tem secretaria nova. Mas os outros têm, porque ainda vou definir quais os ministérios e secretarias vamos criar”, afirmou.

Juntamente com a confirmação dos nomes, Lula fez breves comentários sobre o que esperava de cada um dos escolhidos. Haddad foi o primeiro confirmado e terá a incumbência de montar equipe e “já começar a apresentar resultados antes de tomarmos posse”.

“A partir de agora, vocês (imprensa) podem conversar com o Haddad sobre a preocupação do mercado. E espero que Haddad fale do mercado mas fale do problema social, que o povo brasileiro precisa”, afirmou.

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“Vocês podem falar com Flávio Dino como ele vai consertar o Ministério da Justiça, como ele vai consertar o funcionamento da Polícia Rodoviária Federal, que, durante o processo eleitoral, virou uma polícia cabo-eleitoral de um candidato”, disse.

Aos jornalistas, o presidente eleito disse ter a intenção de criar o Ministério da Segurança Pública, mas que o movimento não será feito de forma “atabalhoada” e ocorrerá “no tempo em que estivermos preparados para fazer isso”.

“Nós vamos primeiro arrumar a casa, depois vamos começar a trabalhar a necessidade de criar o Ministério da Segurança Pública”, sinalizou.

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Do lado da Defesa, Lula disse que ainda hoje, logo após o jogo da seleção brasileira contra a Croácia pelas oitavas de final da Copa do Mundo, terá uma reunião com José Múcio e comandantes das Forças Armadas. O setor é um dos que o governo eleito tem tido mais dificuldades de construir pontes e foi uma das ausências mais claras entre os grupos de trabalho formados na equipe de transição.

Questionado por jornalistas sobre a ausência de mulheres e negros no primeiro anúncio de ministros, Lula disse que esses grupos integrarão sua equipe e que vai “tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira na sua total plenitude”.

“Vai chegar uma hora em que vocês vão ver mais mulheres do que homens. E vai chegar uma hora que vocês vão ver a participação de muitos companheiros afrodescendentes aqui em pé”, declarou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.