Lula cobra “mais responsabilidade” da Vale e diz que mineradora não pode ter monopólio

Para presidente, a companhia hoje está vendendo mais ativo do que produzindo minério de ferro

Reuters

O presidente Lula durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no programa “É Notícia”, da RedeTV! (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a administração da Vale (VALE3) e cobrou mais responsabilidade da mineradora, tanto no pagamento de ações indenizatórias quanto na produção, dizendo que as empresas precisam se alinhar ao modelo de desenvolvimento do governo.

“O que nós queremos é que a Vale tenha mais responsabilidade. Inclusive a quantidade de minas que está na mão da Vale e que ela não explora há mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona e vendendo. A Vale, ultimamente, está vendendo mais ativo do que produzindo o minério de ferro”, criticou o presidente em entrevista para a RedeTV!, transmitida na noite de terça-feira (27). “O dado concreto é que o potencial do Brasil tem que ser explorado e a Vale não pode ter o monopólio. A Vale tem que ser mais uma empresa. Ela é maior, que trabalhe mais.”

Lula também negou que tenha tentado interferir na sucessão para a presidência da companhia e que tenha discutido o tema. No entanto, fontes ouvidas pela Reuters confirmaram que o presidente gostaria de colocar Guido Mantega (PT), ex-ministro da Fazenda, no comando da companhia. A resistência dos acionistas terminou por engavetar a ideia, já que o governo sozinho não tem poder para garantir seu candidato na sucessão.

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Uma das razões para o presidente tentar influenciar na sucessão da empresa é a discordância com decisões administrativas. Lula cobra, por exemplo, o porquê de a empresa ter desistido de uma ação milionária e a razão de ter abandonado uma mina em Moçambique. “A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil. Ela não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então, o que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É só isso que nós queremos”.

Privatização da Eletrobras

Lula voltou a criticar a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), um tema que tem destacado desde a campanha eleitoral — e que chamou de “crime de lesa-pátria”.

O presidente, no entanto, garantiu que não irá tentar reverter a privatização, o que chegou a ser aventado e estudado pelo governo. Uma das alternativas seria recomprar ações que foram colocadas no mercado, já que a forma de privatização foi a de venda de ações pertencentes ao governo federal (e a diluição da sua participação). “Não, porque também não vai gastar dinheiro do povo nisso agora. Eu tenho coisa mais importante para fazer, Não vou ficar utilizando o dinheiro”, afirmou Lula.

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