Lula clama por “Fora Temer”, comemora liderança e critica Moro por falta de provas no caso do tríplex

Ex-presidente defende a saída do atual governo, que "vai depender muito da pressão popular"

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Seguindo a sugestão de Fernando Henrique Cardoso, em entrevista nesta manhã de terça-feira (27) para a rádio mineira Itatiaia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a saída antecipada de Michel Temer e convocação de eleições gerais após o presidente ser denunciado por Rodrigo Janot.

“O próprio Temer poderia pedir a antecipação das eleições e a gente poderia escolher antes de outubro de 2018 um novo presidente da República, um novo Congresso, para que o Brasil possa reconquistar a paz, a democracia e a credibilidade de governança que tanto o Brasil está precisando”, afirmou o ex-presidente.

Para Lula, a saída de Temer dependerá da pressão popular: “vai depender muito da pressão. A sociedade, mais de 90%, quer eleições diretas para presidente da República. Acho que a sociedade precisa de alguém eleito democraticamente pelo voto para que esse alguém, tendo credibilidade junto a sociedade, possa estabelecer as negociações necessárias para que o Brasil volte a crescer, volte a gerar emprego, volte a gerar distribuição de renda e o povo volte a ter o mínimo de tranquilidade no Brasil”.

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Por falar em eleições, Lula comemorou o resultado da última pesquisa Datafolha sobre intenções de voto para a disputa presidencial de 2018, apontando que o ex-presidente manteve a liderança, com 29% a 30% das intenções. “Estão tentando fazer uma procura de um candidato para me enfrentar. Serei candidato e a possibilidade de ganhar as eleições é muito grande”, afirmou.

Todos contra Temer

Seguindo a postura de Lula, os parlamentares petistas também reforçaram o coro do “Fora Temer” e solicitaram a convocação imediata de eleições diretas.

Por meio de rede social, Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal, afirmou que “Michel Temer é uma vergonha nacional e internacional. De um jeito ou de outro, vai ter de deixar o cargo”. Lindbergh Farias, senador pelo partido, foi enfático: “a situação deste governo é insustentável! Temer precisa cair imediatamente!”.

Perseguição?

Sobre o caso do tríplex do Guarujá e a possibilidade do juiz Sérgio Moro apresentar nos próximos dias sua denúncia, Lula, assim como o PT em nota oficial, criticou a falta de provas do processo: “Todo dia provo minha inocência, agora quero que eles provem minha culpabilidade. Desafio o Ministério Público a apresentar uma prova”.

“Eu, sinceramente, se, tiver uma decisão que não seja a minha inocência…eu quero dizer que não vale a pena ser honesto neste país. E quero dizer que não vale a pena você ser inocente, porque ser inocente é você não dar aos acusadores o direito de prova, então, eles ficam nervosos e vão te acusar mesmo que não tenham provas”, disse Lula.

O ex-presidente criticou a condenação de Antonio Palocci por Sérgio Moro a 12 anos e 2 meses, afirmando que o ex-ministro de seu governo foi sentenciado sem provas pelo juiz: “O Palocci foi condenado ontem, mas não tem nenhuma prova a não ser a delação. Fica palavra contra palavra e ninguém pode ser condenado por isso”, destacou Lula em sua entrevista.

Por fim, quando questionado sobre um possível arrependimento pela aliança com o PMDB em 2014, Lula afirmou que “não tinha bola de cristal pra saber que o Temer daria um golpe na Dilma”, mas que não se arrependeu da aliança com o partido.

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