Líderes de movimentos causam saia justa e oposição reforça tese de impeachment de Dilma

Na tarde de ontem, movimentos se reuniram com líderes da oposição e cobraram posição mais incisiva dos líderes de partido oposicionistas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na tarde de ontem, presidentes de partidos de oposição ao governo de Dilma Rousseff receberam no Congresso uma pauta de reivindicações dos 26 movimentos que foram às ruas em 15 de março e 12 de abril nos protestos contra a presidente e também traçou a sua estratégia sobre o polêmico pedido de impeachment. As informações são do O Globo e da Folha de S. Paulo

Os presidentes do PSDB, DEM, PPS, PV e SD decidiram ontem que agirão de uma forma conjunta em relação ao eventual pedido de impeachment da presidente e unirão forças para tomar a decisão, evitando assim um enfraquecimento do pedido.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, os cinco partidos vão aguardar um parecer encomendado pelo PSDB ao jurista Miguel Reale Jr. para decidir se vão ou não ingressar com o pedido de impeachment na Câmara. O estudo deve ficar pronto na próxima terça-feira (21).

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Os oposicionistas destacam que o estudo deve apontar motivos concretos para abrir uma investigação contra Dilma, o que deve forçar os partidos a apresentarem formalmente o pedido à Câmara dos Deputados. 

Saia justa
E esta é uma das principais reinvindicações dos movimentos sociais que se reuniram ontem com líderes de partidos. Em encontro comandado pelo presidente do PSDB, Aécio Neves, os líderes da aliança que englobam os movimentos anti-Dilma cobraram de forma bastante incisiva os partidos por uma posição concreta e imediata para viabilizar a pauta da mobilização popular que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Aécio e outros parlamentares chegaram a argumentar que é preciso haver um embasamento jurídico para pedir o impeachment. Porém, os representantes dos movimentos insistiram na pauta, provocando uma “saia justa” que levou o senador mineiro a dizer que os partidos de oposição diriam sim à pauta dos movimentos.

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Rogério Chequer , do Movimento Vem pra Rua, foi incisivo ao dizer que o resultado das manifestações dependia do Congresso. Aécio respondeu defendendo a ponderação e que eles tinham que se encontrar nas divergências.

O representante do movimento Instituto Democracia , Paulo Angelim, foi ainda mais direto: “queremos que digam agora de forma clara: é sim ou não a nossa pauta?”.

Aécio afirmou que essa já é uma pauta defendida pela oposição há muito tempo e o fato novo é que a sociedade está dando eco a isso. Insatisfeito com a resposta, Angelim questionou: “mas é sim ou não?”

E foi a vez de Chequer falar: “até a rua pode se organizar. Porque a oposição não pode se organizar? Chegamos ao nosso limite de organização, levamos 3 milhões de pessoas as ruas e o impensável aconteceu, fizemos isso sem ter uma vitrine quebrada. O que queremos agora é a demonstração de que o impossível pode ser feito também no Congresso Nacional”.

Aécio foi então mais assertivo e disse que daria um “sonoro sim” à pauta das ruas. “Quero deixar claro que viemos aqui para dizer um sonoro sim para a pauta das ruas e queremos o apoio das redes sociais, dos movimentos, isso é o impulso que essa Casa precisa para fazer valer esse sentimento. Vocês tem o instrumento que nos faltava, que é o apoio popular. Então tenho a dizer, primeiro, que vamos atuar juntos sem preconceitos. E em segundo lugar quero dizer que nesse momento começamos a fazer história”, afirmou, sendo aplaudido. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.