Liderança de Dilma nas pesquisas é quase insignificante e tudo pode mudar, diz Forbes

"Sua liderança está ficando maior. Mas o problema para Dilma é que esta corrida vai para um segundo turno. Tudo muda na segunda rodada. As alianças são formadas", afirma a publicação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff (PT) passou à frente nas últimas pesquisas eleitorais apresentadas nestas semanas, enquanto Marina Silva (PSB) registrou queda. Porém, segundo o site da revista Forbes, a liderança de Dilma é quase “insignificante”.

“Sua liderança [de Dilma] está ficando maior. Mas o problema para Dilma é que esta corrida vai para um segundo turno. Tudo muda na segunda rodada. As alianças são formadas”, afirma a publicação.

Por outro lado, o que antes parecia um declínio, agora requer uma examinação mais apurada. A Forbes destaca que a candidata do PSB não é uma estranha ao PT, uma vez que foi quadro do partido por mais de duas décadas, foi ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula e deixou o partido por questões ambientais.

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A revista ressalta ainda que os investidores têm especulado sobre as eleições desde março; o mercado registrou alta de forma constante desde então, guiado pela crença de mudanças na política econômica, até mesmo se Dilma for reeleita.

“Ao longo dos últimos quatro anos, Dilma e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm lutado contra o Federal Reserve e o Banco Central Europeu ‘guerra cambial’, unindo-se para lutar contra o dólar fraco e levaram o Banco Central para esta política. Eles cortaram os impostos ‘aqui e ali’ para a indústria. Eles aumentaram os impostos aqui e ali para os investidores em títulos estrangeiros. Os gestores de fundos ficaram incomodados. O Brasil parece feio, se não confuso”. 

E, quando parecia que Dilma estaria fora do caminho, os investidores reagiram. A vitória de Marina Silva tornou-se o cenário base para muitos após a entrada dela na disputa, conforme destaca o economista da Barclays Capital, Marcelo Salomon. 

Porém, Dilma também tem trunfos, como o ex-presidente da República, Lula. Outro fator seria Aécio Neves (PSDB), que continua lançando críticas sobre Marina Silva e pode ser um contraponto a candidata. Por enquanto, o cenário ainda é de cautela, com os investidores buscando as sinalizações das duas candidatas com relação às mudanças na política econômica. A Forbes cita, por exemplo, a sinalização da presidente de que, se reeleita, ela substituirá o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investidores, de qualquer modo, apostam em uma mudança nas políticas econômicas.

Outro fator importante é de que, ao longo do último ano, a classe média tomou as ruas em protesto mostrando as suas demandas para o governo, como melhoria da educação e saúde e serão cruciais para aseleições. “Os brasileiros, todos obrigados a votar por lei, poderiam querer mudar o suficiente para impulsionar Marina. Ela é uma política muito querida, mas é de um partido político fraco e terá de depender dos social-democratas para intermediar acordos com o Congresso. E a primeira rodada de votação é em 5 de outubro”, finaliza a revista.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.