Levy diz que todos farão esforço para ajuste: “a gente vai vencer, só não pode errar”

Para o ministro da Fazenda, não pode haver mudança de rota e ajuste demandará esforço de muitos setores da economia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em palestra nesta segunda-feira (30) a empresários realizada pelo LIDE (Lideranças Empresariais), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou confiança sobre os ajustes a serem realizados na economia brasileira e na retomada do crescimento econômico.

Contudo, é preciso realizar os ajustes, sem desviar mais da trajetória: ” a gente não pode errar. Não é um grande problema, a gente vai vencer, só não pode errar, fazer coisas como manter ou aumentar protecionismo”, destacou. 

Para ele, o cenário  de recuperação econômica traçado pelo governo pode não se concretizar se houver retrocesso no ajuste e o Brasil perder o grau de investimento. Por outro lado, se o governo seguir com as medidas propostas, o País poderá entrar em nova fase de crescimento.

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“Se evitarmos os riscos, passaremos rapidamente pelo ajuste e teremos novas condições para um período de crescimento bastante significativo. O Brasil tem muitas coisas a seu favor”.

Algumas medidas, ressalta o ministro, precisam de certa velocidade e que tem conversado bastante com o Congresso sobre o assunto e ainda negou que haja mal-estar com parlamentares. Por outro lado, ele admitiu que “no processo democrático a gente nem sempre consegue aquilo que quer”.

Ele ainda ressaltou que, enquanto alguns deputados e senadores  são de fato novos amigos, enquanto outros são velhos conhecidos. Para Levy, tem havido sucesso mesmo em negociações que num primeiro momento não parecem bem encaminhadas.

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Ele ressaltou ter consciência das divergências que o ajuste fiscal pode causar, “com alguns reclamando que o governo gasta demais e outros, que está deixando de gastar” e afirmou que todos terão que fazer um esforço ao participar do ajuste. Isso inclui a administração federal, legislativo, governos estaduais e municipais, empresários e sociedade civil.

Mudança de política
Segundo o ministro, o governo precisa mudar algumas políticas também levando em conta a mudança no cenário internacional, com grandes economias como os EUA e a China reduzindo as suas políticas anticíclicas. “Não é culpa dos outros, é o cenário que mudou e, como a presidente Dilma Rousseff tem dito, se esgotou nossa capacidade de fazer anticíclico”. 

Os Estados Unidos já promoveram um ajuste fiscal e agora devem começar a normalizar a política monetária, afirmou, enquanto a China passa por uma transição, com menos investimentos.

Durante o fórum, ele ainda ressaltou o reflexo disso na balança de pagamentos: “tudo isso se reflete também no balanço de pagamentos, mostra o quanto de poupança externa a gente precisa para se manter. Hoje temos um déficit perto de 5% do PIB, é muito grande, é preocupante”, comentou. “O ajuste no preço da moeda é importante para permitir que a gente entre em uma trajetória mais sustentável das contas externas, ajude a aumentar a poupança doméstica, porque sem isso a gente não vai crescer”.

Para manter o grau de investimento, ressalta o ministro, é necessário controlar a dívida pública, enquanto o ajuste fiscal é necessário para a reversão da trajetória de deterioração fiscal das contas públicas.  

O governo, ressaltou, ainda vai ficar atento aos dados  de arrecadação e, dependendo dos resultados, tomará as medidas necessárias. “A arrecadação em fevereiro foi bastante fraca. Isso é preocupante, tanto em termos de produção e sobre o que significa para o resultado do Tesouro. Nós temos de estar atentos e vamos tomar as medidas de arrecadação que se mostrarem necessárias, é o que a Lei de Responsabilidade Fiscal manda”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.