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SÃO PAULO – Em entrevista ao programa GloboNews Miriam Leitão, na noite da última quinta-feira, o ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que o governo não jogou a toalha no ajuste fiscal, ao comentar a redução da meta de superávit primário de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,15%.
“O governo sinalizou que frustração de receitas foi maior que o esperado e meta não era mais possível de se alcançar”, destacou.
O ministro afirmou que a redução tem como objetivo reduzir a incerteza da economia. “Nós não jogamos a toalha. Pelo contrário. Vamos continuar nossa política com muito vigor. Mas tem que ser uma política realista. Acho que nesse momento tudo o que é preciso é diminuir a incerteza. Temos uma meta muito clara, ela permite as pessoas fazerem seus planos, tomarem suas decisões com mais segurança. Nesse momento o que a gente quer é segurança”, disse.
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Ele também negou que tenha perdido uma “queda de braço” com outros integrantes do governo e mesmo com o Congresso ao reduzir a meta antes do que considerou ser necessário. “Isso é um equívoco. Eu nunca disse que era para deixar para mais tarde. Não sei como foi que essa ideia surgiu. Você me conhece e sabe que eu trabalho com transparência. Venho comunicando a situação há algum tempo. Publicamos uma nota mostrando que a queda de receitas foi muito além do que poderia se explicar pelo ciclo econômico”.
Sobre a inflação resiliente e alta, Levy afirmou que o momento é difícil, mas que o Brasil está passando por uma travessia: “parece tudo muito complicado, mas a gente sabe que lá na frente a gente vai sair. A gente parou de piorar do ponto de vista estrutural e está começando a melhorar”.
O ministro ainda destacou que as expectativas de inflação têm apresentado queda para próximos
anos e o Banco Central tem mantido a vigilância em relação à inflação.
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Sobre os novos desafios da economia, Levy afirmou que o País teve 10 anos de crescimento com aumento da classe média, mas que é preciso reinventar o crescimento econômico, menos voltado só à exportação de commodities. “A redução de riscos fiscais pode abrir oportunidades para investidores também tomarem riscos”, afirmou.