Lembra do PIB-Piada? Confira as frases mais marcantes de Mantega em 8 anos de Fazenda

Guerra cambial, Selic, BRICs, 5 frágeis e até mesmo o caos aéreo já foram destacados pelo ministro em seus 8 anos à frente do ministério; confira as mais memoráveis

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ministro da fazenda Guido Mantega é bastante conhecido pelo seu grande otimismo com a economia brasileira, mesmo quando o cenário que se aponta não aparece como muito favorável. 

Dentre uma das frases mais marcantes em seus oito anos completados hoje no ministério da fazenda, em um momento de pessimismo para a economia brasileira, o ministro espantou a crise ao questionar porque todos estavam tão preocupados acerca do cenário nacional, logo após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s colocar o rating do País em perspectiva negativa – nesta semana, a S&P rebaixou a nota do Brasil para BBB-. “Crise, que crise?”, questionou em junho de 2013.

E quem não se lembra do PIB-Piada, que não teve graça para ninguém, muito menos para Guido Mantega? Após o banco Credit Suisse reduzir as projeções para a expansão da atividade econômica em 2012, Mantega contestou as projeções e afirmou que o Brasil cresceria bem mais que o 1,5% projetado pelo banco suíço. Resultado? O PIB cresceu bem menos naquele ano: 1%. 

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Além destes temas, guerra cambial, Selic, BRICs, 5 frágeis e até mesmo o caos aéreo já foram destacados pelo ministro em seus 8 anos à frente do ministério. Confira as frases mais marcantes: 

As 14 melhores frases de Mantega em 8 anos no Ministério da Fazenda
“Não há caos aéreo. Os problemas ocorrem pelo aumento do fluxo. É a prosperidade do país: mais gente viajando, mais aviões e mais rotas” em 2007, em meio à crise nos aeroportos. “Sempre nos deparamos com riscos de que o Parlamento aumente os custos de maneira extraordinária, o que põe em risco a solidez fiscal que conquistamos a muito custo”, disse em julho de 2012 ao afirmar que o aumento dos gastos com educação poderia quebrar o Estado.
“Ninguém escapa dessa crise. Porém, ela não atinge os países de forma igual. Atinge mais os países considerados avançados, os Estados Unidos, a Europa e o Japão”, em outubro de 2008, durante apresentação na Câmara dos Deputados no auge da crise econômica mundial. 

“O Brasil tem espaço para buscar uma política monetária que seja expansionista em contraste com muitos outros países”, em setembro de 2012, ao afirmar que o País tem mais espaço para reduzir taxa básica de juros.

“Nós vivemos hoje praticamente uma guerra comercial, uma guerra cambial porque câmbio é hoje um dos fatores importantes para determinar competitividade ou não dos produtos. A desvalorização cambial generalizada que ao meu ver é uma estratégia explícita dos países e isso nos ameaça”, opinião de Mantega destacada em novembro de 2010 no auge dos programas de estímulos do mundo desenvolvido. O ministro passou a usar o termo guerra cambial ao acusar países asiáticos, EUA e Europa de subvalorizarem suas moedas para aumentar os ganhos com exportações.  “Crise. Onde está a crise?”, disse Mantega a jornalistas em junho de 2013 após reunião com a presidente Dilma. 
“Em matéria de inflação, o Brasil não esta mal na foto mundial”, em abril de 2011, na primeira reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) do governo Dilma, ao ressaltar que o País tem uma das economias mais sólidas do mundo e admitindo que há um “surto inflacionário mundial”.

“A economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas”, em dezembro de 2013, ao reclamar das dificuldades da economia e depois levar uma bronca da presidente.

“Pela primeira vez na história, o risco Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos”, diz ministro em junho de 2011, quando o custo do seguro do governo dos EUA com prazo de um ano superou o do Brasil. 

“Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics. Houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics (…) O comércio global crescia entre 6% e 7% ao ano antes da crise, sem contar os preços das commodities. Daqui para frente, o comércio global vai crescer 4% ou 5%. Não será o mesmo do passado. Mas acho que os BRICS vão continuar liderando a crescimento da economia mundial”, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em janeiro de 2014. 

“O mercado leva a sério o nosso propósito de fazer uma política fiscal responsável, sólida. O corte anunciado ontem é grande e mostra que nossa trajetória vai ser perseguida nesse e nos próximos anos. Isso abre espaço para juros menores, desde que a inflação esteja sob controle”, em depoimento feito em fevereiro de 2012.

“Uma vez superada a turbulência por redução de estímulos pelo Fed [Banco Central dos Estados Unidos], as perspectivas para 2014 são melhores”, em fevereiro de 2014, ao tentar explicar o baixo crescimento do País em 2013.

“É uma piada. Vai ser muito mais que isso”, sobre projeção do Credit Suisse para o PIB de 2012, de 1,5%, em junho daquele ano. A economia brasileira fechou o ano com expansão de 1%.

“Isso é um equívoco. O Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar esta turbulência”, em fevereiro de 2014 ao contestar estudos como do Federal Reserve que apontam que o Brasil está entre uma das economias mais vulneráveis do mundo.  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.