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SÃO PAULO – Em matéria sobre o Brasil, o jornal americano The New York Times aponta como está se desenhando o cenário eleitoral deste ano no Brasil. Para a publicação, a disputa que se segue é entre os dois primeiros colocadas nas pesquisas eleitorais atualmente: Lula, classificado como o “leão de esquerda” pelo jornal, e Jair Bolsonaro, classificado como “provocador da extrema-direita”.
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“A disputa para substituir o presidente Michel Temer em outubro está se transformando em um assunto turbulento e amargo, com os eleitores brasileiros confrontados com escolhas claramente diferentes”, apontam os correspondentes do NYT.
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Eles ressaltam que os dois principais candidatos estão em lados opostos do espectro político, trazendo ambos uma polêmica bagagem política para a corrida. Ela é atualmente liderada por Lula que, após dois mandatos como presidente entre 2003-2010, está tentando retornar para um terceiro mandato, o que representaria um retorno dramático para o PT após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Contudo, Lula enfrenta um problema, que é a possibilidade de se tornar inelegível caso a sua condenação na Operação Lava Jato seja mantida em instâncias superiores (e o dia 24 de janeiro será crucial nesse processo – veja mais clicando aqui). O NYT ressalta que, se Lula não conseguir se candidatar, não está claro quem o substituiria, uma vez que o PT não tem outro nome tão conhecido e emblemático como Lula.
Já Jair Bolsonaro, em segundo lugar nas pesquisas, é classificado como um deputado de extrema direita com “uma longa história de críticas incendiárias e grosseiras e de menosprezo a mulheres, negros e gays”, diz o jornal. O NYT afirma que a ascensão do deputado tem atordoado brasileiros, alguns considerando essa ascensão a um sintoma de quão aflita está a quarta maior democracia do mundo.
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“Uma base de fervorosos apoiadores, no entanto, vê o impetuoso ex-oficial militar, como uma solução radical”, ressalta o NYT, destacando que a nação está incomodada pelo aumento da violência, epidemia de corrupção e uma recuperação desigual de uma recessão econômica prolongada. Enquanto isso, os centristas lutam para sustentar um candidato moderado e viável.
O NYT aponta: “Lula e Bolsonaro ainda não ofereceram soluções detalhadas para os maiores problemas que o próximo presidente enfrentará, incluindo uma previdência inchada e violência endêmica em várias partes do Brasil, em que o Exército está cada vez mais sendo chamado para atuar”.
Ambos estão fazendo uma campanha com foco na raiva e indignação, estabelecendo um tom para a corrida presidencial. E isso está em grande parte em consonância com o humor nacional, aponta o jornal.
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