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SÃO PAULO – Em meados de outubro, ganhou destaque o embate econômico entre a presidente Dilma Rousseff e Marina Silva sobre o tripé econômico. A ex-senadora afirmou que o atual governo está fragilizando o tripé formado por superávit primário, taxa de câmbio flutuante e meta de inflação, fazendo duras críticas à atual presidente. Em resposta, Dilma disse que as políticas, adotadas em 1999 durante o governo Fernando Henrique Cardoso, nunca foram abandonadas.
Conforme aponta a LCA Consultores, o entrevero entre Dilma e Marina sobre o tripé macroeconômico poderia ter sido evitado pela presidente, que fugiu do padrão de um candidato favorito de deixar os adversários falando sozinhos. “Este comportamento revela que Dilma avalia Marina como sua principal adversária e só aconteceu porque Marina atingiu um ponto delicado de Dilma: a economia.”
Preocupação da população sobre economia aumentou….
Os consultores da LCA destacam que o quadro econômico melhorou nos últimos meses, mas a preocupação da população sobre a inflação e o mercado de trabalho não teve tantas alterações: segundo pesquisa do Datafolha, a avaliação da economia está no pior patamar desde o final de 2007.
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E dentre o grupo dos mais pessimistas, está justamente o eleitorado de menor renda, o que deve preocupar o governo uma vez que é nesta faixa em que a avaliação positiva de Dilma é maior. Entre estes, o otimismo em relação à situação econômica do país é maior, mas a avaliação de sua própria situação econômica é pior.
“A boa avaliação do governo neste grupo é devido ao crescimento da renda deste segmento nos últimos anos, o que garante uma sensação de gratidão”, ressaltam os economistas da consultoria.
…mas debate econômico não deve ser o protagonista
Porém, apontam, a piora das perspectivas é um importante sinal de alerta para o governo, uma vez que o cenário para 2013 e 2014 combinará crescimento não muito abaixo de 2,5%, inflação e desemprego em torno de 6%. Assim, o Brasil não melhorará nem piorará muito, afirma a LCA, o que dá espaço para ataques da oposição, mas preserva margem de manobra para o governo se defender.
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“Em suma, o debate econômico provavelmente não será tão decisivo para a campanha de 2014, como costuma ser o caso”, conclui a LCA.