Kompromat: Suposto dossiê contra Trump é “clichê” da espionagem russa, diz jornal

Técnica já foi empregada diversas vezes para atacar adversários ou forçar funcionários de outros países a se tornarem espiões

Mário Braga

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SÃO PAULO – A menos de dez dias de assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump se envolveu em mais uma polêmica: o governo russo teria um dossiê comprometedor com imagens dele participando de orgias sexuais quando esteve em Moscou em 2013. As informações que circularam davam conta que o Kremlin estaria disposto a usar o material para chantagear o futuro presidente norte-americano.

Em uma polêmica entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), Trump negou as acusações e acusou a imprensa americana de disseminar notícias falsas. Do outro lado do Atlântico, Moscou afirmou, em comunicado oficial, que tal dossiê não existe.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, no entanto, este enredo, apesar de lembrar roteiros de filme de espião, é bem factível. O “kompromat”, termo russo para “relatório comprometedor” é uma prática empregada a décadas pelos serviços de inteligência russos. Chega a ser um clichê dos tempos da KGB.

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Depois do fim da Guerra Fria, nos anos 1990, este tipo de dossiê passou a ser usado em campanhas de difamação com o objetivo de desacreditar opositores, fossem políticos, empresários ou integrantes do alto escalão de outros países – por isso a história sobre o magnata americano prestes a assumir a Casa Branca não seria tão surpreendente, apesar de nenhum veículo ter sido capaz de verificar a veracidade das informações contidas do suposto dossiê contra Trump.

Esta técnica de chantagem foi usada contra o adido naval do Reino Unido em Moscou na década de 1950. John Vassal foi fotografado com outro homem e ser homossexual era crime em seu país natal. Para não ter seu segredo “vazado”, Vassal foi obrigado a virar um espião a serviço dos russos.

Em 1963, foi a vez do ministro da Guerra do Reino Unido ser envolvido em um relacionamento com uma jovem de 19 anos, que era amante também de um funcionário russo de alta patente servindo em Londres.

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Nas últimas décadas porém, o recurso do “kompromat” foi empregado contra os próprios russos. Diversos magnatas, políticos e funcionários importantes do governo foram alvo de vídeos com momentos íntimos vazados e tiveram suas carreiras abreviadas.

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