Kassab vê Tarcísio como cabo eleitoral forte em eleições municipais, mas fora de corrida presidencial em 2026

Para Kassab, baixa rejeição de Tarcísio poderá ajudar Ricardo Nunes na disputa pela reeleição à prefeitura de São Paulo

Marcos Mortari

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O secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), acredita que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) caminha para ser uma das grandes lideranças da cena política nacional.

Em painel pelo Warren Institutional Day, evento realizado em São Paulo, Kassab disse que o governador paulista é um dos cabos eleitorais mais fortes para as eleições pela prefeitura de São Paulo em 2024, mas que deverá ser carta fora do baralho das corrida pelo Palácio do Planalto em 2026.

“O Brasil caminha hoje para ter dois grandes líderes políticos: Tarcísio liderando a centro-direita e Lula liderando a centro-esquerda”, observou.

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“Nessas eleições [municipais], nós temos, no estado de São Paulo, três grandes cabos eleitorais: Lula é um grande cabo eleitoral, Bolsonaro é grande cabo eleitoral e Tarcísio é um grande cabo eleitoral, com uma vantagem comparativa que tem uma aprovação muito alta e uma rejeição baixa. Lula e Bolsonaro têm boa aprovação, é inegável, mas ambos têm uma rejeição muito alta”, comparou.

A tendência é que Tarcísio de Freitas entre na campanha à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também deve contar com o apoio de Bolsonaro e ter como um dos principais adversários o atual deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo PT.

No plano nacional, Kassab destaca os nomes dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como potenciais representantes da direita na próxima corrida presidencial, dada a tendência de Jair Bolsonaro ser mantido inelegível pela Justiça Eleitoral.

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A esta lista o presidente nacional do PSD, sigla que integra simultaneamente a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no plano nacional e de Tarcísio de Freitas em nível estadual, Kassab também mencionou o nome da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura e Pecuária no governo Bolsonaro.

“Não acredito que mude [a situação de inelegibilidade de Bolsonaro]“, pontua. “O bolsonarismo, junto com outras forças conservadoras, vai se articular para ter um candidato a Presidente da República”, avalia o secretário do governo paulista.

Embora Tarcísio seja frequentemente apontado no meio político como favorito para suceder Bolsonaro na liderança do campo da direita em nível nacional, Kassab repete o discurso do governador a dizer que ele não deverá participar da próxima disputa como candidato.

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“O governador Tarcísio deixou claro que todo o planejamento político de sua carreira está atrelado a ter uma boa gestão. E, tendo uma boa gestão, disputar a reeleição do governo de São Paulo. O nome dele está fora. Não vejo ele como possibilidade”, disse.

Segundo ele, na corrida presidencial de 2026 o papel de Tarcísio deverá se limitar a, como possível candidato à reeleição por São Paulo, apoiar o candidato escolhido pela direita para enfrentar Lula ou o nome que representará esse campo político.

“A base de Lula vai ser igual. Ele vai continuar tendo apoio dos partidos da esquerda. E vai ter um candidato apoiado pelo PL, PP e Republicanos. Desses quatro partidos de centro, um ou outro pode apoiar, mas a tendência é ter candidatura própria para não dar apoio ou declarar livre e não se envolver”, projeto.

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“Vamos ter a mesma disputa: um candidato de esquerda e outro de direita, sem espaço para uma terceira alternativa”, emendou Kassab, que é conhecido no meio político pela elevada capacidade de traçar prognósticos eleitorais.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.