Justus desiste de se candidatar à presidência em 2018: ambiente em Brasília é “trágico” e “degradado”

Em artigo para a Folha, o empresário afirmou que a dinâmica da política atual é complexa e exige pessoas com um tipo de temperamento muito diferente do dele

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um artigo para o jornal Folha de S. Paulo do último domingo, o empresário e apresentador de TV Roberto Justus afirmou que não será candidato à presidência em 2018. No final do ano passado, o empresário afirmou que poderia ser candidato ao pleito no ano que vem e que estava conversando com partidos sobre a possibilidade. 

Já no artigo para a Folha, ele afirmou que gostaria muito de enfrentar as urnas e que “seria uma honra” governar o Brasil, Contudo, afirmou, esse sonho acaba quando ele pensa na “dinâmica da política” do país.

“Esse sonho se dissolve diante de uma realidade que não se pode ignorar: a dinâmica da política atual é complexa e exige pessoas com um tipo de temperamento muito diferente do meu. Sou transparente e espontâneo até demais. Falo o que penso. Não tenho apetite por engolir sapos ou disposição para abrir mão do que acho certo. Não gosto de ‘jeitinho’ e conchavos”, disse Justus. O empresário afirmou que não gostaria de fazer alianças por obrigação ou interesse caso estivesse no poder.

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De acordo com o empresário, atualmente, só os pragmáticos conseguem resultados porque aceitam fazer concessões e negociam apoio para seus projetos por meio de alianças. Para Justus, o ambiente em Brasília é “trágico” e “degradado”. “É trágico que o ambiente político esteja tão degradado porque a política e as instituições democráticas ainda são a melhor maneira de colocar as pessoas no centro de tudo”. 

“Posso dizer com tranquilidade que penso em não concorrer, não por medo de enfrentar uma campanha, mas pela grande possibilidade de, mesmo eleito, acabar não conseguindo espaço para governar de acordo com minha visão”, disse Justus. Ele afirmou que o angustia a possibilidade de se ver impedido de realizar um bom governo por causa da dependência de um Legislativo que demonstrou desacerto com os interesses da sociedade. Contudo, ele apontou que as “coisas estão mudando”: “basta ver o recado das urnas em São Paulo: as pessoas querem gestores, gente sem passado político e com projetos capazes de trazer mais oportunidades”,

“Provavelmente a vitória de candidatos com perfil de gestor aqui e nos EUA foi o que fez com que as pessoas vissem em mim possível pré-candidato à Presidência. Tudo isso me deixou muito orgulhoso e, confesso, perdi muitas horas de sono pensando se deveria ou não me candidatar. O resultado dessa reflexão, pelos motivos expostos acima, é que não sou candidato à Presidência”, apontou Justus.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.