Juca rebate Marta: “quis atirar em Deus e acabou acertando no padre de uma paróquia”

Após a cerimônia de transmissão de cargo, novo ministro da Cultura afirmou que se sentiu agredido por Marta, mas disse que o principal alvo dela não era ele, e sim o PT

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, assumiu o cargo hoje (12) no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília e rebateu a sua antecessora, Marta Suplicy (PT-SP), que fez críticas a ele, ao PT, à Dilma Rousseff e a outros nomes fortes do partido em entrevista no domingo ao “O Estado de S. Paulo”.

Após a cerimônia de transmissão de cargo, ele afirmou que se sentiu agredido por Marta, mas disse que o principal alvo dela não era ele, e sim o PT. “Me senti agredido com a irresponsabilidade como ela tratou uma pessoa honesta, que tem quase 50 anos de vida pública e não tem um deslize sequer”, disse Ferreira. “Sou um alvo eventual, ela quis atirar em Deus e acabou acertando no padre de uma paróquia”, acrescentou.

De acordo com a reportagem do Estadão, a senadora entregou documento à Controladoria-Geral da União (CGU) que aponta irregularidades na gestão de Juca em parcerias com uma entidade que presta serviços à Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

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“Eu boto a mão no fogo pelas pessoas da Sociedade de Amigos da Cinemateca, que vêm desde a década de 40 [atuando]. Não fomos nós que estabelecemos uma parceria. São pessoas da mais alta qualidade pública do Brasil”, disse. “Eu me senti [agredido] com a irresponsabilidade como ela [Marta Suplicy] tratou uma pessoa honesta, com quase 50 anos de vida pública e que não tem um desvio sequer”, disse. “Cabe à CGU apurar”, completou.

Pedido por mais recursos
Em seu discurso, ele assumiu compromissos como aprimorar o sistema de financiamento da cultura, modernizar a legislação de direitos autorais e buscar aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Cultura.

“Seria um grande passo conquistarmos essa aprovação”, disse Juca. A proposta prevê repasse anual (de receitas resultantes de impostos) de 2% do orçamento federal, de 1,5% do orçamento dos estados e de 1% do orçamento dos municípios para a cultura.

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Sobre mudanças no atual sistema de financiamento do setor, o novo ministro prometeu, para os próximos meses, um esforço conjunto com o Congresso Nacional para aprovação do Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (ProCultura), previsto para substituir a Lei Rouanet.

“A cultura brasileira não pode ficar dependente dos departamentos de marketingdas grandes corporações. Queremos mais investimento na cultura, e esta também deve ser uma das responsabilidades sociais da iniciativa privada. Queremos que a conta seja paga com responsabilidades partilhadas.”

Ele afirmou, ainda, ter recebido com entusiasmo a sinalização da presidenta Dilma Rousseff de que a educação será a grande prioridade do governo federal no novo mandato. Segundo ele, não existe educação democrática e libertadora sem o que a cultura pode oferecer.

O baiano Juca Ferreira estará à frente do ministério pela segunda vez. A primeira foi durante o governo Lula, em 2008, quando substituiu o músico Gilberto Gil, com quem trabalhou mais de cinco anos como secretário executivo. Em sua primeira passagem pela pasta, Juca colaborou na formulação dos Pontos de Cultura.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.