Jogou a toalha? Sem votos, governo cogita adiar votação da reforma da Previdência para 2018

Conforme noticia o site do jornal O Globo, faltando apenas três semanas para o encerramento do ano legislativo, Michel Temer não quer correr o risco de pautar a reforma e sair derrotado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em meio à percepção de que os 308 votos necessários para a aprovação da reforma previdenciária na Câmara dos Deputados é um horizonte ainda distante, o governo já trabalha com a hipótese de assumir uma postura mais realista e reconhecer que a proposta pode ficar para o ano que vem. A ideia inicial era concluir a tramitação da PEC na Câmara, com os dois turnos de votação, ainda neste ano, para em 2018 retomar as discussões no Senado e aprovar a medida o quanto antes. Contudo, a falta de votos não permite a execução do calendário pretendido, apesar das movimentações recentes do Planalto.

Conforme noticia o site do jornal O Globo, faltando apenas três semanas para o encerramento do ano legislativo, a equipe de articulação política do presidente Michel Temer não quer correr o risco de pautar a reforma e sair derrotado, o que traria forte reação dos mercados e poderia contaminar outras medidas da agenda governista. Ainda segundo o jornal, existe um entendimento de que uma saída possível seria indicar um compromisso de que a reforma da Previdência será pautada na Câmara em fevereiro.

Contudo, quanto maior a procrastinação, menores as chances de aprovação da medida. Com a aproximação do calendário eleitoral, diminui a margem de manobra e a disposição dos parlamentares de assumirem o ônus de votarem a impopular medida. Cada vez mais, ecoa pelos corredores de Brasília o mantra “quem votar não volta”.

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Ainda assim, há uma preocupação em passar a imagem de que o governo não “jogou a toalha”. Se está cada vez mais difícil aprovar a reforma previdenciária no apagar das luzes em 2017, faz parte das estratégias evitar uma onda de ceticismo mais intensa por parte do mercado.

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Baleia Rossi (SP), afirmou ao blog do jornalista Valdo Cruz, do G1, disse que, embora os votos estejam “muito aquém do desejável”, não haverá desistência. Segundo ele, se o governo não votar o tema agora, ainda será possível fazê-lo no primeiro semestre de 2018. A saber se o mercado dará mais uma vez o benefício da dúvida. A julgar pelos últimos dias, não será bem assim.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.