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SÃO PAULO – Em meio à maior crise de seu governo em pouco mais de um ano, o presidente Michel Temer disse, em entrevista à revista IstoÉ, que tem o direito de supor que seja vítima de um complô para removê-lo do cargo. Na conversa, o peemedebista criticou a forma como se deram as acusações contra ele, sobretudo a gravação clandestina feita pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, durante conversa realizada em março, no Palácio do Jaburu. Ele sustenta que a denúncia causou prejuízo bilionário ao Brasil.
“Você propor um inquérito contra um presidente da República, ancorado numa gravação que, desde o primeiro momento, foi impugnada pelas nossas perícias, mostrando a imprestabilidade dessa prova, isso não pode servir de fundamento desse inquérito”, criticou o presidente. “Não foi um inquérito contra um cidadão comum. Foi contra uma instituição, que é a Presidência da República. Aliás, tão logo foi proposto o inquérito, o Brasil teve um prejuízo de R$ 219 bilhões. Note o prejuízo que ele (Joesley) causou e que terá de ressarcir um dia”.
Na conversa com os jornalistas da revista, Temer disse duvidar que seu ex-assessor Rodrigo da Rocha Loures irá firmar um acordo de delação premiada. “E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso. Agora, nunca posso prever o que pode acontecer se eventualmente ele tiver um problema maior, e se as pessoas disserem para ele, como chegaram para o outro menino, o grampeador (Joesley): “Olha, você terá vantagens tais e tais se você disser isso e aquilo”. Aí não posso garantir”, afirmou o peemedebista. Em outro aspecto, ele chamou atenção para o fato de Loures não perder o foro privilegiado mesmo com a saída de Osmar Serraglio da Justiça e a perda do cargo de deputado federal — já que foi eleito suplente. Isso porque processualmente o aliado está vindulado a Temer.
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Quando questionado sobre eventual substituição do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, o presidente deixou em aberto a questão, dependendo dos argumentos que o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, vier a apresentar caso decida por esse caminho. De todo modo, Temer comparou com o momento em que atuou como Secretário de Segurança Pública em São Paulo, quando disse que tinha que ter pessoas da sua confiança em certos casos.
O presidente diz que se mantém no cargo “para se defender do aspecto moral” e pelo que entende como conquistas de sua gestão, principalmente na área econômica. Em meio à possibilidade de o PSDB, principal partido fiador do atual governo, desembarcar da base aliada, Temer negou estar perdendo o apoio e disse “não se preocupar com o que vai acontecer no futuro”. “O Congresso está comigo”, declarou.
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