Joaquim Barbosa chama impeachment de “encenação” e diz que Temer pode não terminar mandato

"O que houve foi que um grupo de políticos que supostamente davam apoio ao governo num determinado momento decidiu que iriam destituir a presidente", disse

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após a provocação feita pelo Twitter na véspera, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que foi publicada nesta quinta-feira (1). Para ele, o impeachment foi “uma encenação” que fez o país retroceder a um “passado no qual éramos considerados uma República de Bananas”.

“O que houve foi que um grupo de políticos que supostamente davam apoio ao governo num determinado momento decidiu que iriam destituir a presidente. O resto foi pura encenação. Os argumentos da defesa não eram levados em consideração, nada era pesado e examinado sob uma ótica dialética”, afirmou.

Sobre as investigações, Barbosa acredita que há risco “porque a sociedade brasileira ainda não acordou para a fragilidade institucional que se criou quando se mexeu num pilar fundamental do nosso sistema de governo, que é a Presidência”. “Uma das consequências mais graves de todo esse processo foi o seu enfraquecimento, disse.

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Durante a entrevista, o ex-ministro também afirma que vê chances de Michel Temer não chegar ao fim de seu mandato. “É tão artificial essa situação criada pelo impeachment que eu acho, sinceramente, que esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações”, disse.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.