JBS doa R$ 50 mi para campanhas; outras 15 empresas da Bolsa investem nas eleições

Outro conhecido do mercado financeiro é o banco J. Safra, que fez doações ao PMDB e PT que totalizaram R$ 550 mil

Marcos Mortari

(Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Uma das principais polêmicas que giram em torno da questão das campanhas eleitorais é até que ponto seria possível classificar a verba destinada pelas empresas aos candidatos como, de fato, “doações” descompromissadas, desprovidas de quaisquer preferências e interesses políticos. Muitos especialistas discutem se seria realmente seria benéfico à democracia brasileira a manutenção da forte intervenção das companhias do mercado na corrida às urnas da forma como hoje ocorre.

O delicado assunto volta a ganhar força nas rodas de discussões após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornar públicos, na semana passada, os dados apresentados pelos candidatos e comitês de campanha sobre o que lhes foi doado até o fim de julho. Conforme destacou o jornal Folha de S. Paulo na semana passada, os três gigantes do mercado JBS (JBSS3), Ambev (ABEV3) e OAS foram responsáveis por bancar 65% da arrecadação dos presidenciáveis.

O frigorífico, que também se destacou como doador em campanhas anteriores para “participar do processo político”, destinou R$ 11 milhões aos três principais candidatos das atuais eleições, com Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) recebendo R$ 5 milhões cada, enquanto Eduardo Campos (PSB) contou com o R$ 1 milhão restante. No entanto, engana-se quem pensa que esse foi todo o montante investido pela companhia da família Batista na corrida eleitoral.

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Em levantamento feito pelo InfoMoney com base nos dados oferecidos pelo sistema do TSE, somente a JBS já havia doado R$ 50,34 milhões para campanhas políticas até o primeiro dia de agosto. Entre os poucos nomes declarados como receptores – boa parte dos destinatários dos aportes não são indicados no documento -, aparecem o governador mineiro Antonio Augusto Junho Anastasia (PSDB-MG), candidato ao senado pelo estado, que recebeu R$ 2 milhões do frigorífico; a presidente Dilma Rousseff (PT), que recebeu R$ 5 milhões da mesma companhia; Ailton dos Santos Machado (PP-RS), candidato a deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, que contou com R$ 7,38 mil da JBS.

Confira outras empresas da Bovespa que também registraram doações a campanhas eleitorais e os respectivos valores:

Empresa Total em doações
Alpargatas (ALPA4) R$ 200 mil
Banco ABC Brasil (ABCB4) R$ 100 mil
Banco BTG Pactual (BBTG11) R$ 250 mil
Cosan (CSAN3) R$ 4,50 milhões
Fertilizantes Heringer (FHER3) R$ 50 mil
Guararapes (GUAR4) R$ 70 mil
Habitasul (HBTS6) R$ 80 mil
JBS (JBSS3) R$ 50,34 milhões
Locamérica (LCAM3) R$ 1,28 milhões
Minerva (BEEF3) R$ 220 mil
Randon (RAPT4) R$ 40 mil
SLC Agrícola (SLCE3) R$ 100 mil
Suzano Papel e Celulose (SUZB5) R$ 498,60 mil
Tecnisa (TCSA3) R$ 46,51 mil
Triunfo (TPIS3) R$ 1 milhão

Outro conhecido do mercado financeiro é o banco J. Safra, que fez três doações que totalizaram R$ 550 mil. Foram duas transações de R$ 200 mil cada, endereçadas à direção nacional do PMDB e à direção estadual do mesmo partido no Rio de Janeiro. Os R$ 150 mil restantes foram destinados à direção nacional da campanha do PT.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.